da Folha Online

Parentes de vítimas dos acidentes com os vôos 3054 da TAM e 1907 da Gol realizaram protestos em três aeroportos do país na tarde deste sábado. Os atos foram realizados para marcar os 18 meses da queda do avião da Gol.

Os dois acidentes são os maiores já registrados no Brasil matando 353 pessoas. Em 29 de setembro de 2006, o Boeing da Gol que havia saído de Manaus caiu no norte de Mato Grosso matando seis tripulantes e 148 passageiros.

Menos de um ano depois, em 17 de julho de 2007, o Airbus da TAM que vinha de Porto Alegre atravessou a pista do aeroporto de Congonhas (zona sul de São Paulo) e se chocou com um edifício também da TAM. Ao todo, 199 pessoas morreram.

Os protestos tiveram início por volta das 16h nos terminais Eduardo Gomes, em Manaus (AM); Congonhas (zona sul de São Paulo) e Salgado Filho, em Porto Alegre (RS).

Os atos foram realizados contra o que os parentes avaliam como descaso das autoridades, a falta de informações sobre as investigações dos dois acidentes aéreos, e a ausência de punidos.

Durante os protestos, os parentes leram um manifesto, oraram, fecharam check-ins das empresas TAM e GOL e empunharam cartazes com frases relatando as tragédias.

Segundo Christophe Haddad, 41, pai de Rebeca Haddad, 14, uma das vítimas do vôo 3054 da TAM, o ato no aeroporto Salgado Filho reuniu cerca de 250 pessoas e foi feito um minuto de silêncio. "As filas nos aeroportos até podem ter acabado mas o caos aéreo continua. Prova disso é que Congonhas voltou a operar a todo vapor", afirmou Haddad.

Se estivesse viva, Rebeca completaria 15 anos no domingo (30). Uma missa está marcada para amanhã em memória a jovem e um ato em homenagem aos demais adolescentes que morreram no vôo 3054 foi realizado num hotel da zona sul de São Paulo no início da noite deste sábado.

Em Manaus os parentes das vítimas colocaram um carro de som em frente ao aeroporto Eduardo Gomes, em Manaus, a partir das 16h (horário local). Os familiares foram vestidos com camisetas e empunharam cartazes, faixas e leram o manifesto. Segundo Paula Batista, assessora de imprensa voluntária das vítimas do vôo 1907 da Gol, passageiros de um vôo que seguia para o Acre participaram do ato.

O ato no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, reuniu perto de 300 pessoas segundo Roberto Gomes, irmão do empresário Mário Gomes, 49, uma das vítimas do vôo 3054. Foram realizadas orações e os check-ins das empresas TAM e Gol foram fechados. Um dos momentos que mais emocionaram os familiares e os passageiros foi quando oito parentes de vítimas do vôo 1907 entraram dentro de sacos pretos e se deitaram no chão.

"Essa [corpos em sacos pretos] foi a forma como as pessoas encontraram seus parentes para realizar a identificação", afirmou Gomes.

Pertences

A Polícia Civil entregou pertences diversos a parentes de 17 das vítimas do vôo 3054 da TAM.
Os objetos foram recuperados pela Global BMS -- empresa com sede nos Estados Unidos contratada pela TAM para realizar os trabalhos de busca e recuperação. Os objetos foram catalogados e fotografados, e CDs com as imagens foram entregues às famílias para o reconhecimento das peças.

Segundo familiares das vítimas, representantes da Polícia Civil informaram que o inquérito a respeito do acidente deverá ser concluído em julho deste ano, um ano após a tragédia.

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