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Despesa deve continuar afetando balanços das aéreas


Roberta Campassi

As duas maiores companhias aéreas do país sofreram reduções significativas em sua rentabilidade neste ano. Para 2008, a melhora de resultados dependerá especialmente da redução dos custos. Isto porque o preço cobrado por cada quilômetro voado não deve subir.

O setor de aviação usa o chamado "yield" para medir quanto cada passageiro paga para voar por um quilômetro. É um dos indicadores mais usados para prever o resultado das companhias aéreas, já que mostra se as empresas estão conseguindo mais ou menos receita por unidade de transporte. No terceiro trimestre deste ano, o "yield" da TAM foi de R$ 0,25, valor 15,7% menor do que no mesmo período de 2006. No caso da Gol, o yield caiu 11,7%, para R$ 0,22.

"Acreditamos que para 2008 os 'yields' ficarão estáveis em relação ao que for registrado no quarto trimestre deste ano, em termos nominais", afirmou Líbano Barroso, vice-presidente de finanças e relações com investidores da TAM, durante apresentação dos resultados do terceiro trimestre, na sexta-feira.

Mas, segundo o executivo, haverá queda em termos reais. Ou seja, mesmo que a companhia cobre o mesmo valor por quilômetro voado - R$ 0,25, por exemplo -, essa quantia valerá menos frente ao aumento natural dos custos.

As companhias terão mais dificuldade para elevar os yields porque o aumento da oferta de assentos, com novos aviões, será maior do que o crescimento da demanda. Como conseqüência, as empresas deverão manter preços atrativos para conseguir encher os aviões. A TAM deverá aumentar a oferta doméstica em 14% em 2008, e prevê um aumento da demanda entre 8% e 12%. A Gol ainda não divulgou as projeções para 2008.

No mercado internacional, a TAM deverá criar três novos vôos ao exterior e elevará sua oferta em 40%. Assim, tenta ganhar mercado das companhias aéreas estrangeiras, que hoje têm perto de 66% de participação nos vôos internacionais de e para o Brasil.

A TAM informou que prevê reduzir seus custos por assento, por quilômetro (indicador chamado de Cask) em 7% em 2008, excluindo-se gastos com combustível. A queda do dólar, se continuar, ajudará a redução dos custos, mas também reduzirá a receita em reais com vôos ao exterior.

De janeiro a setembro deste ano, em comparação com igual período de 2006, TAM e Gol tiveram forte queda nos resultados finais. No caso da Gol, suas receitas cresceram 24%, para R$ 3,6 bilhões, mas um crescimento de 69% nos custos dos serviços levaram a um lucro 39% menor, de R$ 298 milhões. Para a TAM, a receita cresceu 8% nos nove primeiros meses de 2007, para R$ 6,1 bilhões. Os custos subiram 24% e o lucro caiu 83%, para R$ 79 milhões. Apenas no terceiro trimestre, o lucro líquido foi de R$ 48,5 milhões, 77% menor do que no mesmo período de 2006.

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