Procedimento considerado corriqueiro não causou risco algum, segundo a Gol e o V Comar da Aeronáutica

KAMILA ALMEIDA E MAURO GRAEFF JÚNIOR

A presença de dois caças da Força Aérea Brasileira (FAB) nas proximidades do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, obrigou um Boeing da Gol a arremeter momentos antes de aterrissar, por volta das 18h de sábado.

A aeronave vinha de Montevidéu (Uruguai).

A decisão de não pousar foi do piloto, que sobrevoou por alguns minutos a cidade de Guaíba antes de se aproximar novamente da pista.

Ontem à noite, a Gol confirmou a manobra, registrada por um fotógrafo. Por meio de sua assessoria de comunicação, a companhia informou somente que se trata de "uma medida de segurança em função do tráfego aéreo, situação considerada corriqueira".

O V Comando Aéreo Regional (V Comar) da Aeronáutica, responsável pelo controle aéreo, também confirmou o procedimento. Conforme o V Comar, dois caças T-27 Tucanos sobrevoavam as proximidades da Usina do Gasômetro, no final da tarde de sábado, no momento da arremetida. A decisão de arremeter, conforme a Aeronáutica, foi exclusivamente do piloto do Boeing, e os Tucanos não representaram nenhum risco ao espaço aéreo no entorno do Salgado Filho.

Quem flagrou a manobra foi o fotógrafo Wagner Innocencio Cardoso, 50 anos, que estava no terraço da Usina do Gasômetro para fotografar o pôr-do-sol.

- Eu estava testando uma lente quando vi os dois aviões da FAB. Quando enquadrei, percebi a ponta de um Boeing. Fiquei assustado porque, na lente, eles pareciam próximos - conta o fotógrafo.Cardoso diz que percebeu a mudança de trajeto dos Tucanos ao se aproximarem da aeronave da Gol.

- Vi que os caças fizeram uma curva para a esquerda ao perceberem a presença do avião da Gol. A imagem foi capturada com uma lente teleobjetiva e, por isso, enquadra os três aviões.

- Pelos meus conhecimentos em fotografia, calculo que as aeronaves da FAB estiveram a cerca de 500 metros do avião da Gol.

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