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Contra crise, país recorre à Nova Zelândia



Jobim discute parcerias no setor aéreo


Cláudia Dianni

BRASÍLIA. As limitações do Brasil para gerenciar a aviação aérea civil estão atraindo o interesse de países mais eficientes no setor, que querem oferecer seus serviços. Na sexta-feira, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, recebeu o ministro do Comércio Exterior e Defesa da Nova Zelândia, Hon Phil Goff, para discutir possíveis parcerias na área. Segundo Goff, a Nova Zelândia está equipada em termos de gerenciamento e tecnologia para ajudar o Brasil a cumprir os padrões de segurança da Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO), um dos objetivos de Jobim. Além disso, segundo Goff, as empresas neozelandesas querem vender softwares modernos de simuladores para o controle de tráfego aéreo brasileiro.

A ICAO é uma agência ligada ao sistema das Nações Unidas, com sede em Montreal, no Canadá, que cuida do desenvolvimento de técnicas de navegação aérea internacional. Periodicamente, o comitê de padrões internacionais faz uma espécie de auditoria nos países membros e estabelece políticas de segurança que precisam ser adotadas. O Brasil ainda não cumpriu todas as recomendações feitas pela ICAO no ano passado. O relatório que aponta as deficiência é sigiloso e a organização só pode torná-lo público depois de dois anos, o que só vai acontecer em 2008. De acordo com a ICAO, dos 190 países membros, 89 disponibilizam o relatório na internet antes do prazo. Não é o caso do Brasil.

Esse foi um dos motivos que levou as autoridades neozelandesas a identificar o Brasil como um possível parceiro para negócios. A Nova Zelândia está entre os países que cumprem todos os requisitos da ICAO.

Goff esteve no Brasil na semana passada com uma delegação de empresários. Entre eles, Ken Stevens, executivo do Glidepath Group especializado em manuseio de sistemas de bagagens e segurança de carga, que está presente em 55 países. De acordo com o ministro neozelandês, outra empresa, a Airways Internacional, quer fornecer softwares para treinar os controladores brasileiros.

- O Brasil está se esforçando para sair do difícil momento que passa em termos de gerenciamento de empresas aéreas. Podemos trabalhar coma a Força Aérea para fornecer simuladores para o controle de tráfego aéreo. Os vários serviços disponíveis na Nova Zelândia podem ajudar a melhorar a eficiência dos aeroportos brasileiros - disse.

A Nova Zelândia identificou na promessa do ministro brasileiro, que ao tomar posse prometeu se esforçar para que o Brasil cumpra todos os padrões internacionais de segurança, uma oportunidade.

De acordo com Goff, aviação aérea não foi o único tema da pauta do encontro. Ele também discutiu com Jobim o desempenho das missões que os dois países mantém no Timor Leste e no Haiti, que o Brasil planeja renovar por mais seis meses no fim do ano.

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