Da Redação
Em São Paulo
O Airbus A380 da Singapore International Airlines (SIA) aterrissou no aeroporto de Sydney na manhã desta quinta-feira, pelo horário de Brasília, concluindo seu primeiro vôo comercial. O avião gigante partiu do aeroporto de Changi, em Cingapura, com 471 passageiros e cerca de 30 tripulantes. A viagem até a Austrália durou pouco mais de sete horas.
O avião saiu de Cingapura às 8h16 (22h16 de quarta-feira, em Brasília) e pousou em Sydney às 17h20 (5h20 de Brasília).
Vários fotógrafos e curiosos foram acompanhar a chegada do superjumbo no Aeroporto Internacional de Sydney, mas o dia nublado frustrou a expectativa daqueles que esperavam tirar boas fotos do momento histórico. Antes da decolagem, fontes da empresa aérea chegaram a revelar temores de que o mau tempo poderia provocar um atraso na chegada à Austrália.
O único imprevisto, no final, foi o fato de o maior avião do mundo não poder sobrevoar a cidade, como estava planejado, devido a uma mudança na pista que seria usada para a aterrissagem.
Para quem estava dentro do avião, contudo, as primeiras impressões foram positivas. Um jornalista do "Channel Ten", a bordo do avião, informou por telefone que todos ficaram "encantados" com o avião.
A comemoração a bordo teve champanhe e caviar. No início do vôo, o piloto Robert Ting deu as boas-vindas aos passageiros. "Estamos honrados por oferecer o primeiro vôo oficial. Sentem-se, relaxem e aproveitem o vôo", disse.
A capacidade máxima é de 800 passageiros na classe turística, mas a SIA adaptou o avião para 399. Há ainda 60 poltronas na classe executiva e 12 suítes de luxo, com monitor de televisão com tela plana, camas cobertas com lençóis desenhados por Givenchy e mesas de trabalho.
Os que compraram lugares nos compartimentos especiais foram servidos com champanhe Don Perignon rosé 1996 e diversos vinhos. Para comer, coxa de pato com geléia de cerejas, vitela e macarrão chinês com frutos do mar.
Julian Hayward pagou US$ 100.380 por uma das suítes (valor máximo dos bilhetes). Em outra viaja Thomas Lee, da Califórnia, que também foi passageiro do primeiro vôo comercial do Boeing 747, entre Nova York e Londres, em 1970.
Ernest Graaff embarcou na classe executiva e confessou estar "emocionado por ser parte da história". "Sou um louco por aviões grandes e adoro tudo o que se relaciona com eles", afirmou.
As passagens foram leiloadas pelo site eBay e os passageiros pagaram entre US$ 560 e US$ 100.380 pelos bilhetes. No total, a companhia arrecadou cerca de US$ 2 milhões em sua estréia, valor que será doado à Associação do Câncer de Pulmão de Cingapura, a dois hospitais infantis em Sydney e à ONG Médicos Sem Fronteiras.
As medidas do 'gigante' impressionam: são 73 m de comprimento, 24,1 m de altura, 79,8 m de envergadura (distância de uma ponta da asa a outra), peso máximo na decolagem de 560 toneladas, capacidade para até 870 passageiros, velocidade máxima de 1.076 km/h e alcance de 15.200 km.
Especialistas da indústria de aviação chegaram a duvidar da viablidade do projeto, que lança um desafio de adaptação aos aeroportos - só 12 cidades em todo o mundo podem receber o avião gigante. No entanto, a partir de domingo, a empresa deve começar a prestar um serviço regular de conexão entre Cingapura e Sydney.
No total, a Airbus já vendeu 189 unidades do A380, para 17 clientes, de acordo com Sampaio. Alguns dos clientes são Air France, Lufthansa, Singapore Airlines e Emirates - só esta última comprou 47 aviões e lidera o ranking de mais unidades adquiridas.
A entrega para a SIA foi feita com dois anos de atraso por causa de problemas de comunicação entre as equipes da Airbus na França e Alemanha, onde o avião foi fabricado. O atraso não atrapalhou as negociações, e a Singapore Airlines espera receber outros 19 aviões entre 2008 e 2010.