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Agora, Cumbica já começa a dar sinais de desgaste

Atrasos, tumulto, falta de informações e até de escadas para o desembarque irritam passageiros no aeroporto

Fabiana Parajara*

SÃO PAULO. O Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, começa a dar sinais de que não tem capacidade para absorver de imediato os vôos e os passageiros transferidos de Congonhas. Usuários que desembarcaram ontem de um vôo da Gol, saído de Navegantes, em Santa Catarina, tiveram de esperar na aeronave porque não havia escadas para desembarque. A Polícia Federal teve de ser chamada para ajudar. As malas demoraram a aparecer na esteira e houve tumulto entre passageiros e funcionários. Até as 18h, Cumbica recebeu 71 vôos transferidos de Congonhas.

- A PF teve de ser chamada para intervir no desembarque porque havia muita gente exaltada com o atraso das malas. Ainda no avião, houve confusão com os passageiros que gritavam por causa da falta de escada para descer - contou o jornalista João Faria, que estava no vôo de Navegantes, onde passou férias com a família.

Infraero: os equipamentos são suficientes

O vôo dele pousaria em Congonhas. Aos passageiros transferidos, a Gol oferecia transporte gratuito até bairros da Zona Sul de São Paulo.

- Mas o ônibus só sai quando lota. Depois da espera no avião, ainda temos que enfrentar o caos em terra para chegar em casa - disse o jornalista.

A Infraero afirmou que o número de equipamentos é suficiente em Cumbica e não houve falta para os passageiros. Segundo a estatal, o problema é que o movimento em Cumbica se intensificou e os viajantes que estão em aeronaves que estacionam fora dos "fingers" - ou seja, na pista – precisam aguardar a chegada da escada. Ainda de acordo com a Infraero, muitas vezes o equipamento está sendo usado por um avião que está distante e, no pátio, é preciso respeitar uma velocidade e um trajeto determinado.

Filas de táxi com espera entre 30 e 40 minutos para quem desembarca e reforço nas lojas para atender os clientes extras mostram que o cenário já começou a mudar em Cumbica. Isso sem falar nos tradicionais problemas de desinformação que começam a se acentuar. Quem veio esperar parentes ou amigos vindos do Nordeste e Minas Gerais penou. Houve quem ficasse mais de três horas esperando, sem a certeza de que o vôo já tinha saído de seu destino.

- Estou esperando um vôo que vem de Belo Horizonte desde o meio-dia. Já são mais de 15h e o pessoal da Ocean Air não sabe nem dizer se o vôo saiu de lá - disse Regina Zuccato, que mora em Cotia (na região metropolitana de São Paulo) e que, diante da demora, perdeu o dia de trabalho.

* Do Globo Online

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