Janaina Vilella – Valor Online
Em meio às discussões sobre a reorganização da malha aérea brasileira, especialistas apontam o aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro, como uma alternativa para desafogar Congonhas. O aeroporto operou, ano passado, com ociosidade de 40%, índice que deverá cair para cerca de 30% em 2007. O Tom Jobim tem capacidade de receber 15 milhões de passageiros/ano, mas em 2006 passaram pelos seus dois terminais, na Ilha do Governador, 8,9 milhões de pessoas. O número deve saltar para 10 milhões este ano em função do Pan-Americano.
"O Tom Jobim é um aeroporto preparado para crescer. Eu defendo uma divisão do hub [conexão] de São Paulo. Hoje em dia 40% da demanda de São Paulo são vôos de conexão. A minha sugestão é de que um quarto disto, ou seja, 10%, fosse transferido para o Rio, o que nos traria por ano algo em torno de 2,5 milhões de passageiros. Temos capacidade ociosa", disse Pedro Azambuja, superintendente regional da Infraero. O antigo Galeão tem uma média de 17 pousos e decolagens por hora.
O fluxo de passageiros nos terminais do Tom Jobim duplicou depois da transferência dos vôos regionais do aeroporto Santos Dumont, há três anos. Também pesou o aumento do número de vôos internacionais e a entrada de novas companhias estrangeiras que passaram a operar pelo aeroporto internacional do Rio. Na época, o Santos Dumont passava por situação semelhante à Congonhas: recebia número de passageiros acima de sua capacidade. Hoje em dia, o aeroporto, que tem uma das menores pistas do país (
O Santos Dumont ganhou um novo terminal que ampliou sua capacidade para receber 8 milhões de passageiros por ano. Em 2006, movimentou 3,5 milhões de passageiros, na ponte aérea e outros vôos regionais. A previsão para este ano é que o aeroporto movimente 4,5 milhões de passageiros.
O governo federal prevê investimentos da ordem de R$ 600 milhões de
A Infraero também investiu R$ 6 milhões na ampliação do terminal de cargas do Tom Jobim para reduzir a ociosidade. A ampliação do terminal, previsto para o ano que vem, além de atender a uma vocação da região para o transporte aéreo de cargas, como componentes eletrônicos, indústria automobilística e de medicamentos, visa a desafogar os aeroportos de Viracopos (em Campinas) e Manaus.