Ivana Moreira – Valor Online

Construído no início década de 80, ao custo de US$ 250 milhões, o Aeroporto de Confins era até março de 2005 um aeroporto deserto, utilizando menos de 10% de sua capacidade para atender 5 milhões de passageiros por ano. Foi preciso transferir todos os vôos do Aeroporto da Pampulha, na região norte de Belo Horizonte, para garantir a movimentação de Confins. Foram transferidos da Pampulha para Confins 120 vôos diários.

Os mineiros protestaram contra a transferência, que estava prevista para 2004 e ela foi adiada. Resistiam à idéia de percorrer mais de 40 quilômetros para embarcar em Confins. Dois anos depois, porém, já se acostumaram. A previsão da Infraero é de que Confins registre em 2007 um movimento de 4 milhões de passageiros, 80% da sua capacidade.

Dezesseis vôos diários para os principais destinos - Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília - haviam sido mantidos na Pampulha, para atender principalmente executivos viajando a trabalho. Mas também foram transferidos para Confins no início deste mês. Operam na Pampulha apenas as companhias regionais, para o interior do Estado, e a aviação executiva.

Até 2005, Pampulha era, ao contrário de Confins, um aeroporto congestionado. A precária estrutura de atendimento aos passageiros já não suportava o grande volume diário de passageiros.

Pampulha tinha capacidade para 1,6 milhão de usuários/ano, mas atendia praticamente ao dobro desse número. O motivo da transferência, entretanto, não foi a segurança dos vôos. O que motivou a mudança foram questões econômicas.

Desde 2001, o aeroporto de Confins tinha autorização da Receita Federal para operar como o primeiro aeroporto industrial do país. Indústrias exportadoras que se instalassem no entorno teriam uma série de benefícios fiscais. Até 2003, nenhuma empresa tinha se candidatado e Confins continuava acumulando prejuízos para a Infraero. Faltavam vôos para justificar a localização das indústrias.

Partiu do então secretário estadual de desenvolvimento econômico, Wilson Brumer, a decisão de apoiar a Infraero na transferência dos vôos para Confins. O secretário argumentava que era uma questão de costume e que, em pouco tempo, os passageiros estariam adaptados. Para facilitar a vida dos passageiros, o governo iniciou a construção de uma via expressa ligando Confins ao centro da capital, que deve estar concluído até o fim deste ano - uma obra de mais de R$ 200 milhões.

Com vôos partindo de Confins para todo o país, foi mais fácil atrair empresas, não apenas indústrias exportadoras. A companhia aérea Gol escolheu Confins para sediar seu centro de manutenção de aeronaves. Em 2006, 3,7 milhões de passageiros foram transportados por Cofins e hoje, há 164 vôos partindo ou chegando nele.

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