Marli Lima, Vanessa Jungerfeld e Sérgio Bueno – Valor Online

O forte crescimento do setor aéreo também esbarra em dificuldades nos aeroportos de Curitiba e Florianópolis. A necessidade de ampliá-los é reconhecida há anos, mas as obras ainda não saíram do papel. No aeroporto de Porto Alegre, que vê o número de passageiros crescer a taxas superiores a dois dígitos, há planos de ampliação da pista para permitir o aumento do volume de cargas transportadas e de modernização do sistema de pouso por instrumentos.

O Aeroporto Afonso Pena, localizado no município de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, teve seu terminal de passageiros reinaugurado em 1996. De lá pra cá, representantes da indústria e do comércio e dos governos municipal e estadual tentavam a todo custo conseguir a construção de uma terceira pista, ou ao menos o prolongamento de uma das duas que existem, para permitir o pouso e decolagem de aviões de carga. A obra foi incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O projeto prevê uma ampliação da pista de 2.215 metros para 2.560 metros e do pátio de 82,2 mil m2 para 101 mil m2. Há capacidade para 3,5 milhões de pessoas por ano.

Próximo à Serra do Mar, um de seus maiores problemas é a ocorrência constante de neblina, que leva ao seu fechamento, principalmente no inverno. O Salgado Filho, em Porto Alegre, enfrenta situação semelhante entre maio e julho. Um dos últimos incidentes registrados no Afonso Pena foi uma falha em um Fokker 100 da TAM que seguia de Congonhas para Maringá, em fevereiro. A aeronave teve problema no trem de pouso ao aterrissar e teve de ser rebocada.

A ampliação do aeroporto Hercílio Luz, em Florianópolis, está há anos programada, mas pouco andou até agora. Um projeto de arquitetura chegou a ser escolhido por meio de licitação pública ainda em 2004, e a previsão era de que as obras, que elevariam sua capacidade de 1,2 milhão de passageiros para 2,7 milhões, fossem licitadas em 2005, e tudo estivesse pronto em 2007. Elas ainda não começaram. Até agora, saiu o estudo de impacto ambiental (Eia-Rima) e a Licença Ambiental Prévia (LAP), emitida pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma), no fim de 2006, mas ainda falta a Licença Ambiental de Instalação (LAI).

Segundo Daniel Vinícius Neto, gerente estadual de Eia-Rima, a LAI não só depende da anuência do Ibama, como é necessário melhorar o sistema viário da região. É preciso que a via de acesso ao aeroporto seja duplicada, para que seja permitido o início das obras. Os dados mais recentes disponíveis no site da Infraero, de 2005, mostram que a demanda de passageiros já ultrapassou a capacidade do aeroporto, de 1,2 milhão de visitantes. Em 2005, o aeroporto recebeu 1,5 milhão. Além de um novo terminal, está previsto o reforço do pavimento da pista e o seu aumento de 2,3 mil para 2,7 mil metros.

No Salgado Filho, em Porto Alegre, a pista tem 2.280 metros de extensão e, segundo o comandante Gerson Lewis, da Associação dos Pilotos da Varig (Apvar), está em condições "regulares" de conservação. O pavimento, diz ele, apresenta pequenas irregularidades que não chegam a comprometer a segurança das manobras, mas provocam "desconforto" aos passageiros durante a movimentação dos aviões. "Se não houver manutenção, o problema tende a evoluir."

Conforme informações já divulgadas, há planos de ampliação da pista para permitir o aumento do volume de cargas transportadas pelas aeronaves. Além disso, até 2009 deve ser concluída a implantação do sistema de pouso por instrumentos nível 2 (ILS 2, na sigla em inglês). Atualmente o Salgado Filho opera com o ILS 1, que permite pousos com teto mínimo de 60 metros e visibilidade horizontal de 800 metros. Com o ILS 2, a operação poderá ser realizada com a metade do teto e da visibilidade.

No ano passado o terminal do aeroporto gaúcho recebeu 3,8 milhões de passageiros. De janeiro a maio de 2007, o número alcançou quase 1,8 milhão, com uma média mensal 11,6% superior à de 2006.

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