Pular para o conteúdo principal

Número de vôos em Cumbica cresce 39%

Congonhas é o 2.º aeroporto mais movimentado da América Latina

Bruno Moreschi – O Estado de São Paulo

As filas nos aeroportos brasileiros devem piorar ainda mais se o governo não investir em infraestrutura.

Isso porque, de acordo com o relatório da Associação Latino-americana de Transporte Aéreo (Alta), o número de vôos nos aeroportos da América Latina aumenta cada vez mais. De abril de 2006 ao mesmo mês deste ano, Cumbica, por exemplo, foi o segundo que mais cresceu em número de vôos entre os 457 aeroportos da América Latina analisados - teve aumento de 39%. O total de vôos em Congonhas subiu 8%.

Dentre os 20 aeroportos da América Latina mais movimentados, cinco são brasileiros.

Congonhas ficou em segundo lugar, com 7.962 vôos, perdendo apenas para o da Cidade do México (13.221). Além dele, entraram na lista os aeroportos brasileiros de Cumbica (5º lugar), Tom Jobim (8º lugar), Brasília (9º lugar) e Salvador (20º lugar). Apesar de a ponte Rio-São Paulo ter tido nesse período uma queda de 10% no número de assentos, a rota continua sendo a mais movimentada da região.

Levando em conta só vôos domésticos, o número de aeroportos brasileiros mais movimentados aumenta de cinco para dez no ranking de 20. Congonhas segue em segundo lugar e Guarulhos cai para sétimo. A lista inclui ainda o Santos Dumont, no Rio (13º lugar), Curitiba (14º), Belo Horizonte (15º), Porto Alegre (18º) e Recife (19º).

O crescimento dos números de vôos no Brasil começou no governo de Fernando Collor, no início dos anos 90, e tomou novo impulso com a popularização dos preços das tarifas, quando a empresa de aviação Gol entrou no mercado. Entre 1994 e 2004, o tráfego regular de passageiros nas linhas aéreas da região da América Latina cresceu em ritmo anual de 3,3 % - em comparação com a média mundial de 5,1%. “É uma tendência que veio para ficar”, comemorou o diretor executivo da Alta, Alex de Gunten.

Mas, se para a maioria dos países da América Latina a notícia de crescimento dos números de vôos é boa, para o Brasil é também sinônimo de preocupação. Desde o acidente com o Boeing da Gol, em setembro do ano passado, quando morreram 154 pessoas, os brasileiros sofrem para viajar de avião.

Segundo o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, o governo investe neste ano R$ 750 milhões nos 67 aeroportos do País com o objetivo de atender ao aumento do tráfego aéreo. Para o próximo ano, o governo deve aplicar R$ 1,3 bilhão, quase o dobro deste ano, grande parte com recursos vindos do PAC. “Depois do Pan, vamos recuperar a pista de Cumbica. Em Congonhas, podemos também fazer muitas coisas”, afirmou.

O presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Proteção ao Vôo, Jorge Botelho, pensa diferente em relação a Congonhas. “Precisamos esquecer Congonhas. Ou construímos um terceiro aeroporto ou direcionamos mais vôos para Viracopos”, contestou.

RANKING

Dos dez aeroportos mais movimentados da América Latina, quatro são brasileiros. Veja abaixo o total de vôos de abril de 2006 a abril deste ano e o crescimento nesse intervalo:

1.º Cidade do México: 13.221 (10%)

2.º Congonhas: 7.962 (8%)

3.º Bogotá: 6.522 (66%)

4.º San Juan: 6.161 (4%)

5.º Cumbica: 5.365 (39%)

6.º Caracas: 4.199 (25%)

7.º Guadalajara: 4.178 (16%)

8.º Tom Jobim: 4.001 (38%)

9.º Brasília: 3.940 (31%)

10.º Monterrey: 3.279 (7%)

COLABOROU TÂNIA MONTEIRO

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Avião da TAM retorna após decolagem

Jornal do Commercio SÃO PAULO – Um avião da TAM, que partiu de Nova Iorque em direção a São Paulo na noite de anteontem, teve que retornar ao aeroporto de origem devido a uma falha. Segundo a TAM, o voo JJ 8081, com 196 passageiros a bordo, teve que voltar para Nova Iorque devido a uma indicação, no painel, de mau funcionamento de um dos flaps (comandos localizados nas asas) da aeronave. De acordo com a TAM, o avião passou por manutenção corretiva e o voo foi retomado à 1h28 de ontem, com pouso normal em Guarulhos (SP) às 10h38 (horário de Brasília). O voo era previsto para chegar às 6h45. A companhia também informou que seu sistema de check-in nos aeroportos ficou fora do ar na manhã de ontem, provocando atrasos em 40% dos voos. O problema foi corrigido.

Empresa dona de helicóptero que transportava Boechat não podia fazer táxi aéreo e já havia sido multada por atividade irregular, diz Anac

Agência diz que aeronave só podia prestar serviços de reportagem aérea e qualquer outra atividade não poderia ser realizada. Multa foi de R$ 8 mil. Anac abriu investigação. Por  G1 SP A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirmou que o helicóptero que caiu na Rodovia Anhanguera no início da tarde desta segunda-feira (11), em que o jornalista Ricardo Boechat e o piloto Ronaldo Quattrucci morreram, não podia fazer táxi aéreo, mas sim prestar serviços de reportagem aérea. Ainda segundo a Anac, a empresa foi multada, em 2011, por atividade irregular. Helicóptero prefixo PT-HPG que se acidentou na Anhanguera — Foto: Matheus Herrera/Arquivo pessoal "A empresa RQ Serviços Aéreos Ltda foi autuada, em 2011, por veicular propaganda oferecendo o serviço de voos panorâmicos em aeronave e por meio de empresa não certificada para a atividade. Essa atividade só pode ser executada por empresas e aeronaves certificadas na modalidade táxi aéreo. A autuação foi definida em R$ 8 mil

A saga das mulheres para comandar um avião comercial

Licenças concedidas a mulheres teêm crescido nos últimos anos, mas ainda a passos lentos. Dificuldades para ingressar neste mercado vão do alto custo da formação ao machismo estrutural Beatriz Jucá | El País Quando Jaqueline Ortolan Arraval, 50 anos, fez a primeira aula experimental de voo, foi mais por curiosidade do que por qualquer pretensão de virar piloto de avião. Era início dos anos 1990 e pouco se via mulheres comandando grandes aeronaves comerciais no Brasil. "Eu achava que não era uma profissão pra mim", conta. Ela trabalhava no setor processual em terra de uma grande companhia aérea, e o contato constante com colegas que estudavam aviação lhe provocaram certo fascínio. Perguntava tanto sobre a experiência de voo que um dia um amigo lhe convidou para acompanhá-lo em uma das aulas. A curiosidade do início se tornou um sonho profissional, e Jaqueline passou a frequentar aeroclubes e trabalhar incessantemente para conseguir pagar as caras aulas de aviação e acumul