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A dor dos revoltados

Desaparecimento de Júlio Redecker indigna oposição, que cobra ação e explicação do Governo sobre fim do apagão aéreo

Jornal de Brasília

Lideranças da oposição lamentaram, com revolta, a morte do deputado Julio Redecker (PSDBRS) no acidente com o Airbus da TAM no aeroporto de Congonhas (SP), anteontem à noite. Em nota, o senador Arthur Virgílio Neto (PSDB-AM) disse que o acidente é resultado de uma "incompetência gerencial, corrupção e insinceridade".

O líder tucano afirma que "o Brasil está desesperado" com a situação do tráfego aéreo do País e que Redecker foi mais uma vítima da falta de planejamento do Governo para o setor. "Para mim basta.

Líder da minoria, corajoso, fraterno, amigo querido. Esta nota é escrita entre lágrimas. Pise no chão da realidade, presidente Lula. Exijo-lhe isso mais como brasileiro ferido, prostrado, do que como parlamentar", cobrou Virgílio.

O líder do partido na Câmara, deputado Antonio Carlos Pannunzio (SP), afirmou também em nota que perdeu mais que um colega de partido no acidente, mas um grande amigo. "A perda de um amigo, que exercia com brilhantismo a liderança da minoria na Câmara dos Deputados, nos atinge diretamente. A morte de tanta gente que, como Julio, com certeza, ainda tinha enorme colaboração a dar ao País enluta o Brasil inteiro e dói em cada brasileiro como se cada um de nós perdesse um parente", afirma Pannunzio.

Segundo o tucano, o Brasil "exige agora a apuração das causas do acidente e a tomada de providências efetivas que ponham fim a essas tragédias".

O presidente do DEM (ex-PFL), Rodrigo Maia, disse que o partido vai cobrar "em momento oportuno" as causas do acidente. O deputado afirma que, com muito pesar, o partido transmite a todas as vítimas do acidente com o avião da TAM "a sua solidariedade na dor e na revolta".

Segundo Maia, Redecker era um "político que honrava sua família, seu Estado, o Congresso Nacional e os muitos amigos".

O presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati (CE), disse em nota que Redecker era "uma jovem liderança, um grande idealista que honrava o seu Estado, o seu partido, e o Congresso Nacional, onde atuava com destacado desempenho em defesa das nobres causas da política brasileira".

"Julio Redecker nos deixa um legado de honradez e competência no exercício da sua vida pública. Combativo e destemido, cedo ganhou notoriedade entre os seus pares, conquistando por isso a liderança da minoria na Câmara Federal", diz a nota.

Cancelamento

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), suspendeu a viagem que faria aos Estados Unidos após a confirmação da morte do deputado Julio Redecker (PSDB-RS), que havia deixado Porto Alegre para se encontrar com Chinaglia em São Paulo. Pelo plano inicial, Redecker e Chinaglia viajariam juntos – a partir de São Paulo – para Washington, onde participariam de uma série de palestras no Parlamento norte-americano.

A assessoria de Chinaglia informou que o presidente da Câmara já conversou com a mulher de Redecker. Ele determinou ainda que a Câmara preste toda a assistência necessária à família do deputado, que, aliás, receberá R$ 564,3 mil da Câmara. Uma tradição da Casa garante aos parentes do parlamentar que morreu o direito de receber uma ajuda financeira.

Um acordo determina que todos os 513 deputados contribuam com dois dias de salário para o pagamento da "caixinha" para a família do morto.

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