Jornal de Brasília
A CPI do Apagão Aéreo do Senado vai prorrogar seus trabalhos para incluir nas investigações as causas do acidente com o Airbus da TAM no aeroporto de Congonhas (SP). O presidente da CPI, senador Tião Viana (PT-AC), disse ontem que os trabalhos não serão encerrados no dia 15 de agosto, como previsto inicialmente pela CPI.
Apesar da prorrogação, a Comissão não pretende manter os trabalhos durante o recesso parlamentar do Congresso – que termina no dia 1º de agosto. A CPI quer apurar, em especial, se a pista do aeroporto de Congonhas foi liberada para pousos sem condições ideais de funcionamento.
Viana disse que ainda é cedo para se especular sobre as causas que teriam provocado o choque da aeronave com um hangar da própria empresa aérea. "A cautela é importante. Temos que aguardar um laudo técnico para saber onde estava a falha", disse.
No final dos trabalhos da CPI, Viana vai solicitar audiência com o presidente Lula para apresentar as conclusões da Comissão.
No relatório final, a CPI pretende traçar um panorama da situação dos principais aeroportos do País – além de sugestões e críticas sobre o controle de tráfego aéreo do país. "Essa fase final é exatamente sobre os riscos que o cidadão brasileiro corre ao passar pelos aeroportos", disse o senador.
Viana disse que a Comissão já constatou, entre outros problemas, a falta de estacionamento nos aeroportos e o excesso de passageiros em diversos terminais de embarque. "É interessante levar o que foi produzido na CPI ao presidente da República para que ele possa tomar medidas mais emergentes de controle e prevenção. A CPI gerou documentos importantes que devem ser analisados imediatamente", ressaltou o senador.
Sobre o acidente com o Airbus da TAM, o presidente da CPI disse que todos os brasileiros estão "chocados". Viana disse que a Comissão vai cumprir o seu papel ao incluir nas investigações as causas que provocaram o acidente.
Câmara
O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que uma CPI deve ajudar nas investigações da causa do acidente da TAM. Ele esteve no Instituto Médico Legal de São Paulo e disse que está muito difícil fazer a identificação dos corpos das vítimas do acidente com o avião da TAM.
Chinaglia afirmou ainda que, como médico, ficou impressionado com o estado dos corpos. "Ninguém suporta mais essa tensão, depois de dois acidentes tão graves terem ocorrido em tão pouco tempo".