O 787 Dreamliner, que foi lançado em evento com 15 mil pessoas, já tem encomendas de US$ 110 bi

O Estado de São Paulo

A Boeing apresentou ontem seu primeiro jato 787 já concluído para uma audiência de milhares de pessoas, que se aglomeraram na linha de montagem para a cerimônia de lançamento.

Com a presença de comandantes de vôo de cada companhia aérea que encomendou o jato, a fábrica gigante abriu suas portas no domingo, enquanto o avião se movia lentamente, ao som de uma música composta especialmente para o 787, chamado pela Boeing de Dreamliner.

A Boeing já recebeu pelo menos 600 encomendas de clientes ansiosos para conferir a promessa de que o avião, de tamanho médio e próprio para longos percursos, vai queimar menos combustível, terá manutenção mais barata e oferecerá mais conforto aos passageiros que os modelos comparáveis que voam hoje em dia.

O 787, primeiro jato totalmente novo desenvolvido pela Boeing desde que o 777 começou a voar, em 1995, será o maior avião comercial do mundo feito principalmente com fibras de carbono, que são mais leves, mais duráveis e menos propensas que o alumínio a sofrer corrosão.

Até o momento, a Boeing recebeu 677 encomendas para o 787, vendendo posições até 2015, dois anos depois que a Airbus espera lançar seu modelo rival A350 XWB. Cada 787 custa entre US$ 146 milhões e US$ 200 milhões. As encomendas somam US$ 110 bilhões.

Em um raro momento em que um concorrente tira o chapéu para o outro, a Airbus congratulou a Boeing pelo 787, cujo sucesso comercial tirou a vantagem de mercado que a fabricante européia tinha de sua rival americana.

“Mesmo se amanhã a Airbus voltar a competir vigorosamente, hoje é o dia da Boeing - um dia para celebrar o 787”, disse, numa carta, o co-presidente da Airbus, Louis Gallois, ao presidente da Boeing, James McNerney.

“Hoje é um grande dia na história da aviação. Quando um marco é atingido em nossa indústria sempre é um reflexo do trabalho duro, por parte de pessoas dedicadas, inspiradas pela maravilha de voar.”

Os clientes da Airbus forçaram a companhia a mudar o desenho do A350, o que atrasou a produção. A Airbus também teve problemas com seu superjumbo A380, que foi atingido por atrasos que abateram as projeções de lucros para a dona da Airbus, a EADS.

A Boeing contratou o ex-âncora do jornal da NBC Nightly News, Tom Brokaw, para servir de mestre de cerimônias para o lançamento do 787, que foi transmitido ao vivo pela internet e por televisão por satélite em nove línguas, para mais de 45 países. A companhia desenrolou o carpete vermelho e preparou 15 mil lugares para os convidados em uma fábrica do 787 ao norte de Seattle.

A Boeing convidou milhares de empregados e aposentados para assistir à cerimônia via satélite no estádio da Liga Nacional de Futebol Americano e realizou festas para clientes do 787 e fornecedores em uma dúzia de outros lugares no mundo.

A montagem final do primeiro 787 começou no final de maio, depois que um gigantesco e especialmente preparado carregador começou a embarcar as asas, as seções da fuselagem e outras grandes partes para a fábrica do avião, onde foram montadas, uma a uma.

Quando a produção atingir sua velocidade máxima, a companhia espera que cada avião gaste apenas três dias em sua montagem final, mas, desta vez, os trabalhadores da Boeing gastaram algumas semanas instalando a fiação elétrica e outras partes que os fornecedores vão inserir em cada parte do avião antes que sejam levadas até a linha de montagem.

A Boeing decidiu fazer ela mesma todo o trabalho para os primeiros aviões ao invés de arriscar qualquer atraso na produção.

Apesar de algumas dificuldades inesperadas - incluindo falta de parafusos por causa da grande demanda por jatos nos últimos anos -, os executivos da Boeing disseram que em nenhum momento a previsão de lançamento do 787 esteve ameaçada.

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