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Lula transfere gerenciamento de crise para Aeronáutica

Crise aérea foi discutida na reunião do Conselho político. Parlamentares apóiam negociação feita por ministro para terminar greve.

Tiago Pariz
Do G1, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva transferiu para o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, o gerenciamento da crise do setor aéreo. O tenente-brigadeiro vai coordenar a transição do controle militar para o civil e presidir a negociação entre o governo e a categoria, num esforço de Lula para demonstrar aos oficiais a manutenção da hierarquia nas Forças Armadas.

O presidente tomou essa decisão depois de avaliar que poderia causar problemas nas Forças Armadas o modo como foi negociado o fim da paralisação dos controladores aéreos na última sexta-feira (30) se fosse mantida as promessas feitas pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

Para acabar com o motim dos controladores, o governo havia se comprometido na sexta-feira a dar uma gratificação à categoria, abrir o processo de desmilitarização do controle aéreo e não punir nenhum amotinado. O presidente chegou a barrar uma ordem de prisão aos insurgentes.

A negociação liderada por Paulo Bernardo e pela secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, na semana passada garantiu que os controladores retomassem suas funções.

Durante reunião desta terça-feira (3) do Conselho Político, com a participação do presidente Lula, os parlamentares presentes disseram que o ministro agiu de maneira adequada para a ocasião. “Era a melhor solução que serviu para aquele momento, mas não teve promessa nenhuma”, disse o deputado Henrique Fontana (PT-RS), vice-líder na Câmara.

“No Brasil, ainda há hierarquia e essa é a orientação do presidente Lula: quem quebrou a hierarquia tem que responder de acordo com as leis e as regras militares”, completou o também vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS), após a reunião. “Aqueles que se envolveram responderão pelos seus atos”, acrescentou.

Desmilitarização

Lula passou para o comandante da Aeronáutica a coordenação da transição do controle aéreo militar para o civil. Durante a reunião do conselho político, o presidente reafirmou que não patrocinará a quebra de hierarquia nas Forças Armadas. Em sua fala inicial, segundo um parlamentar que participou da reunião do conselho político, Lula voltou a afirmar que está “aborrecido” com os controladores.

CPI

Apesar do aumento da pressão sobre a criação da CPI do Apagão Aéreo, a avaliação da reunião de coalizão é que ela ainda é desnecessária. “Esses fatos reforçam a tese de que a CPI é para botar fogo no circo. A última coisa que podemos fazer é uma CPI, que causaria mais problemas do que ajudaria”, disse Fontana.

Para Albuquerque, essa é uma decisão que cabe ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ironizou: “Não podemos fazer igual aos controladores e passar por cima da hierarquia. O Executivo e o Legislativo não podem passar por cima do Supremo.”

Sobre o possível pronunciamento à nação, o líder do PR, Luciano Castro (RR), afirmou que o presidente Lula descartou a iniciativa. “Disse apenas que seria necessário se a situação se agravar novamente”, afirmou o líder do PR.

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