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Advogados de controladores sugerem erro em radares

Agência Estado

Os advogados dos controladores de vôo que estavam trabalhando no dia 29 de setembro, data da colisão entre o jato Legacy e o Boeing da Gol, afirmaram ontem que seus clientes devem ter sido induzidos a erros por causa de problemas que ocorrem, com freqüência, nos radares do centro de controle aéreo de Brasília (Cindacta-1). Os profissionais disseram que, naquele dia, não só a indicação da altitude do Legacy - referente ao plano de vôo - modificou-se automaticamente como a indicação da esquerda - referente à real atitude da aeronave - foi alterada sem a interferência manual do operador.

Segundo os controladores, panes desse tipo são freqüentes. Eles afirmam que todos os problemas ocorridos no dia-a-dia do centro de controle ficam registrados em livros e computadores. Hoje, a Polícia Federal colhe os depoimentos dos três últimos controladores, de um grupo de 13 que estavam de plantão no dia do acidente.

Ontem, foi ouvido o controlador que monitorava o Legacy ao passar por Brasília. Segundo os advogados, ele viu na tela do radar que o jato estaria a 36 mil pés, quando, na verdade, estava a 37 mil pés. O profissional, então, teria repassado uma informação errada a seu substituto.

Os advogados asseguram que tanto os três controladores de São José dos Campos, de onde o Legacy partiu, quanto os de Brasília descartam qualquer responsabilidade no acidente. O controlador que autorizou a decolagem, por exemplo, declarou à PF que deu todas as instruções de praxe, seguindo linguagem padrão. Os controladores foram unânimes em garantir que há pontos cegos no controle aéreo na região onde o ocorreu o acidente, além falhas de comunicação via rádio.

Os controladores atribuem o acidente primeiro a um erro dos pilotos do Legacy, que não seguiram o plano de vôo. Dizem ainda que houve falhas nos equipamentos do Cindacta-1, não só nos rádios de freqüência, como nos próprios radares.

"É comum haver perda de vigilância no radar", alertam os controladores de vôo. A Aeronáutica nega a existência de pontos cegos no espaço aéreo.

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