Acidente matou 111 das 113 pessoas a bordo. Duas mulheres seguem hospitalizadas.
Por G1
A segunda caixa-preta do avião que caiu em acidente em Havana na última sexta-feira (18) foi encontrada, de acordo com anúncio na televisão estatal de Cuba nesta quinta-feira (24). A causa da queda segue indeterminada.
Bombeiro usa mangueira para aguar destroços após desastre aéreo em Havana, Cuba (Foto: Alexandre Meneghini/Reuters) |
Vídeos divulgados por moradores locais, além de depoimentos, ajudaram que os investigadores encontrassem esse segundo gravador. De acordo com Armando Daniel López, presidente do Instituto de Aeronáutica Civil de Cuba, essa caixa-preta é responsável por registrar os parâmetros técnicos do avião.
A primeira caixa-preta – que gravou os sons das cabines de voo - foi recuperada horas após o acidente. Juntas, elas podem ajudar a elucidar as causas da queda. O avião caiu logo após decolar do aeroporto internacional da capital, matando 111 das 113 pessoas a bordo. Duas mulheres estão hospitalizadas.
Emiley Sánchez, de 39 anos, tem estado de saúde "desfavorável", com queimaduras em 41% de seu corpo (34% delas são profundas). Ela apresenta lesões graves, como traumatismo cranioencefálico, múltiplas fraturas de ossos longos, lesões nas cavidades torácica e abdominal.
A segunda sobrevivente foi identificada como Mailén Díaz, de 19 anos, e permanece com um prognóstico reservado. Inicialmente, uma terceira mulher havia conseguido resistir à queda, mas morreu na segunda-feira (21).
Obsoleto e barulhento
A aeronave que caiu em Cuba voava havia quase 40 anos. O modelo, o 737-200, é barulhento e obsoleto, e começou a perder espaço, já no início dos anos 1990, para aviões mais modernos e espaçosos, como a continuação da família 737 (-300, 400 e 500), que levavam mais passageiros e tinham motores mais silenciosos e econômicos.
Desde meados dos anos 2000, nenhuma grande companhia aérea no mundo voa os 737-200 - em razão de legislações que exigem que as aeronaves tenham nível de ruido menor. Entre os operadores estão empresas de Uganda, Paquistão, Quênia, Congo, Filipinas e Venezuela. Atualmente, nenhum voa regularmente dentro da Europa e dos Estados Unidos.
O mesmo ocorre no Brasil. Em grandes companhias, o fim se deu em 2005, com Varig e Vasp, ambas extintas. Em 2010, o Boeing 737-200 usado pela Rico Linhas Aéreas, do Amazonas, foi o último a voar regularmente em voos domésticos no país.