Serviços ucranianos irão procurar restos mortais e objetos pessoais das vítimas da catástrofe do Boeing da Malaysia Airlines na região de Donetsk. Conforme comunicou este domingo à noite o canal televisivo holandês NOS, o respectivo entendimento foi alcançado por representantes da Holanda e da Ucrânia.
Natalia Kovalenko | Voz da Rússia
Na véspera, o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, havia declarado que as condições de segurança na zona da queda da aeronave não permitem aos peritos internacionais trabalhar no local da catástrofe aérea.
Foto: RIA Novosti/Mikhail Voskresensky
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_10_13/Servi-os-ucranianos-est-o-trabalhando-no-local-da-cat-strofe-do-Boeing-da-Malaysia-Airlines-4514/
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Segundo decidiram Kiev e Amsterdã, grupos de busca ucranianos irão colher pertences dos passageiros mortos do Boeing no local do desastre. Resgatadores ucranianos entregarão objetos pessoais e, possivelmente, restos de corpos a especialistas holandeses que estão esperando muito perto, em Carcóvia, aproximadamente a 200 km do local da queda do avião. Os próprios holandeses não vão para a zona da catástrofe: Kiev não garante sua segurança, porque o terreno em questão está sendo controlado por milicianos de Donbass.
Atualmente, na região foi anunciada oficialmente uma trégua. Mas Kiev continua a objetar a visita de peritos estrangeiros ao terreno e eles, ao que tudo indica, não insistem, embora a investigação da catástrofe aérea em Donbass tenha violado todas as normas estipuladas para os casos semelhantes, destaca Serguei Melnichenko, membro do Fundo Mundial de Segurança de Voos:
“Habitualmente, peritos chegam ao local da queda da aeronave, tendo por objetivo principal recolher provas materiais. Os fragmentos do avião que caiu se concentram num hangar coberto, em que se monta um esboço do aparelho aéreo para estabelecer as causas de sua destruição no ar. Todos os objetos estranhos estão sendo guardados num local.
Se a Ucrânia afirma que seus serviços irão investigar o terreno em questão, interditado para especialistas internacionais, pode haver duas variantes. Primeira é que a vida de especialistas ucranianos tem menor valor para dirigentes da Ucrânia do que a vida de peritos internacionais. A segunda variante aponta que esses especialistas ucranianos podem preparar de certo modo o local do incidente, para que peritos internacionais, que chegariam ao terreno mais tarde, encontrem lá algo capaz de influenciar a investigação”.
Apenas há uma semana, o chefe do Serviço de Segurança da Ucrânia, Valentin Nalivaichenko, comunicou que ucranianos, holandeses e outros participantes da investigação internacional haviam elaborado um plano conforme o qual peritos ucranianos devem chegar ao local da catástrofe e encontrar aquilo que falta para tirar conclusões definitivas.
Mas já segunda-feira grupos de busca ucranianos estão trabalhando no terreno, colhendo objetos pessoas das vítimas, que, no mínimo, não foram destruídos em resultado de calor do verão, chuvas de outono e fogo de artilharia de militares ucranianos. Posteriormente, como se espera, o local da catástrofe será visitado por peritos ucranianos.
Pelo visto, peritos internacionais não terão necessidade de deslocar-se para o local do incidente, porque tudo já foi combinado e resta apenas descobrir alguns objetos que faltam.
E se algumas pessoas tiverem dúvidas quanto à objetividade da investigação, elas terão de esperar até a próxima primavera, como havia advertido anteriormente a parte malaia. Os representantes da investigação silenciam a razão pela qual Kiev está obstando hoje aos trabalhos de peritos internacionais no local da tragédia, mas pode permiti-los na próxima primavera.
O avião Boeing 777 da Malaysia Airlines, que fazia rota entre Amsterdã e Kuala Lumpur, caiu em 17 de julho, na região de Donetsk. A bordo do avião seguiam 298 pessoas, todas elas morreram. Até o momento foram identificados corpos de 272 vítimas da tragédia.