Novo terminal de passageiros deveria ter sido entregue no domingo (11).
Concessionária ainda pode pagar R$ 1,7 milhão por dia pela demora.


Do G1 Campinas e Região

O diretor presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Marcelo Guaranys, afirma que a multa pelo atraso nas obras de ampliação do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), pode chegar perto do valor máximo, que é de R$ 170 milhões. O terminal deveria ter sido entregue no domingo (11) pela concessionária que administra o terminal que receberá até sete seleções durante a Copa do Mundo.

"Pelo que verificamos na vistoria, estima-se que o valor da multa seja bem alto. Ela deve ficar próxima ao valor máximo. No entanto, nós continuamos contando com Viracopos para a Copa do Mundo porque todo o planejamento foi feito já com base na estrutura antiga", ressalta Guaranys. Além dos R$ 170 milhões, existe a previsão de mais R$ 1,7 milhão por dia de atraso.

Perto do fim

Segundo a concessionária, a obra do terminal de passageiros (com 3 píeres e capacidade para até 22 milhões pessoas por ano) está 92% concluída, dos pátios de aeronaves (com 3.500m² e 37 novas posições), 97%, edifício-garagem (4.000 vagas), 95%, adequações nas pistas de pousos e taxiamento, 100%. A inauguração do novo terminal está prevista para o dia 3 de junho, três dias antes do desembarque da delegação da Costa do Marfim, que se hospedará em Águas de Lindóia (SP). No dia 11 chega no terminal a seleção portuguesa.

Vistoria

Técnicos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) iniciaram no domingo (11) uma vistoria no aeroporto de Campinas para verificar quais itens do primeiro ciclo de contrato de concessão foram concluídos e questões operacionais do novo terminal de passageiros. Pelo contrato, a primeira etapa de ampliação precisaria estar operacional no dia 11 de maio, mas inspeções recentes da Anac indicaram que Viracopos não entregaria o projeto na data prevista. Na semana passada, a concessionária também admitiu o atraso.

A inspeção deve terminar apenas no final da tarde desta terça-feira (13). A assessoria de imprensa da concessionária Aeroportos Brasil, que administra o aeroporto, afirmou ao G1 que não vai se manifestar sobre as declarações do diretor presidente da Anac, nem sobre a vistoria feita pela agência nos últimos dois dias.

Obra liberada

A Aeroportos Brasil conseguiu na Justiça uma liminar que derrubou a interdição em parte das obras do Pier A do novo terminal. A expansão conta com 8 mil trabalhadores no total. O terminal havia sido interditado na sexta-feira (9) pelo Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest). As obras foram retomadas no sábado (10).

O órgão apontou excesso de atividades no mesmo ambiente e risco para funcionários. O Ministério Público do Trabalho (MPT) informou que foram interditadas atividades em altura e as que envolvem movimentação de cargas suspensas. Além do píer A, o píer B e o saguão principal também tiveram esses serviços suspensos.

De acordo com o órgão trabalhista, foram flagrados caminhões realizando manobras a centímetros de distância de plataformas com trabalhadores suspensos, e materiais pesados sendo movimentados "indiscriminadamente" sobre as cabeças dos operários. A Prefeitura de Campinas responsável pelo Cerest informou que já foi notificada da liminar e tem 20 dias para decidir se vai recorrer. A decisão foi dada pelo juiz da 8 Vara Cível, Fabrício Reali Zia.


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