'Dá para ver que não tem sobreviventes', diz PM em vídeo exclusivo.
Avião desaparecido no dia 18 de março foi encontrado na última terça-feira.


Do G1 PA

Um vídeo cedido com exclusividade pela Polícia Militar à TV Liberal, afiliada da Rede Globo, nesta quarta-feira (23), mostra o avião que desapareceu no dia 18 de março após decolar de Itaituba, na região sudoeste do Pará. Um dos policiais militares envolvidos na operação de buscas afirma que não há sobreviventes do acidente envolvendo a aeronave. O garimpeiro que teria encontrado a aeronave levou as equipes de busca até o local onde o bimotor teria caído.

"Dá para ver que não tem sobreviventes, [encontramos] só a parte de trás da aeronave. O cidadão aqui [garimpeiro] encontrou a aeronave aqui dentro da mata. Foi encontrado a uns 30 km da rodovia, infelizmente sem nenhum sobrevivente", informou um dos policiais militares que participou da operação de buscas.

Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), o avião foi encontrado a 20 km da sede do município de Itaituba. Nas imagens cedidas pela PM, é possível ver apenas a cauda da aeronave, já que as asas teriam se partido durante a queda. Segundo a FAB, a área onde o avião foi encontrado já havia sido sobrevoada por diversas vezes, mas as condições da região não permitiam o avistamento do alto.

A irmã da técnica de enfermagem Luciney, Cláudia Aguiar, afirma que a família ficou apreensiva após a confirmação de que a aeronave teria sido encontrada. "As primeiras informações de que tinha sido um garimpeiro que tinha ido na delegacia falar que tinha encontrado o avião foi o meu sobrinho que está lá que passou para a gente, afirmando que o garimpeiro sabia onde é que estava e que as equipes haviam sido deslocadas para lá", disse.

A informação foi confirmada pela FAB na noite de terça-feira (22). O acidente será investigado pelo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa). Ao todo, cinco pessoas estavam no avião: o piloto Luiz Feltrin, as técnicas de enfermagem Rayline Sabrina Brito Campos, Luciney Aguiar de Sousa e Raimunda Lúcia da Silva Costa, e o motorista Ari Lima. Eles viajavam para trabalhar no distrito de saúde indígena da região. De acordo com amigos e familiares dos passageiros, não há sobreviventes, mas a FAB ainda não tem informações sobre os corpos.

Identificação

A pedido da Polícia Civil, peritos do Instituto Médico Legal (IML) de Santarém estão seguindo para Jacareacanga. "Com certeza vai um perito para laboratório que é pra posteriores exames de DNA e coleta, tudo vai ser realizado no nosso núcleo avançado de Itaituba", informou a gerente regional do IML em Santarém, Stael Rejane.

"Porque o que a gente quer é respostas, na verdade. Então isso aí é uma resposta, do jeito que for encontrado a gente vai ter que aceitar porque a gente tem a conformação no coração da gente", lamentou Cláudia Aguiar.

Uma operação foi iniciada nesta tarde na tentativa de retirar o avião do local em que foi encontrado, já que aeronave ficou presa à lama e submerso em uma área de várzea. Homens da Força Aérea Brasileira trabalham na operação, juntamente com agentes da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Exército.

Uma equipe do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa) deve chegar ainda durante a tarde desta quarta em Jacareacanga para buscar mais informações e esclarecer as causas do acidente.

Até o momento, a FAB não confirma mortes, mas amigos do piloto do avião, Luiz Feltrin, e familiares da técnica de enfermagem Luciney Aguiar afirmaram que, para eles, chegou a informação de que não há sobreviventes.

Acidente e resgate

O bimotor saiu de Itaituba as 11h40 do dia 18 de março, e fez o último contato com a torre cerca de 1h20 após a decolagem. Segundo a técnica de enfermagem Rayline Campos, que conseguiu mandar um SMS para o tio antes do avião desaparecer, a aeronave havia apresentado pane nos motores.

Segundo a FAB, a missão de resgate durou 35 dias e envolveu 50 militares. A FAB contabilizou mais de 230 horas de voo e a área coberta ultrapassou a 28 mil km² sobrevoados, equivalente a cinco vezes o território do Distrito Federal, utilizando um helicóptero H-60 Black Hawk, aeronaves P-95 Bandeirante Patrulha e SC-105 Amazonas, além da aeronave de patrulha P-3 AM. O mau tempo na região, especialmente a formação de nevoeiros, a cheia no rio Tapajós e a vegetação dificultaram os trabalhos.

O Primeiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA I) do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) já iniciou as investigações dos fatores contribuintes para o acidente.

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