Aleksêi Nikólski e Ekaterina Sóbol | Vedomosti
O gabinete da Presidência russa pretende comprar até quatro aeronaves Sukhôi Superjet 100 (SSJ100), informou uma fonte próxima do gabinete do Presidente na empresa Superjet Internacional.
“Em um futuro próximo, a frota de aeronaves para o transporte de autoridades de alto escalão vai ganhar dois aviões e terá opção de compra de outras duas aeronaves versão VIP”, disse a fonte. A decisão será tomada com base nas conclusões da Rosoboronexport, a única exportadora autorizada de armas do país, depois de operar a versão VIP do SSJ100.
No primeiro dia do Salão Internacional de Aeronáutica e Espaço Maks-2013, a Rosoboronexport e a Sukhôi, fabricante do SSJ100, assinaram um contrato para o fornecimento da versão VIP do SSJ100. Em um comunicado oficial, a exportadora de armas disse que essa aeronave é necessária para a cooperação técnico-militar entre Rússia e outros países.
O porta-voz do Departamento de Patrimônio da Presidência, Víktor Khrekov, declarou que o gabinete não está preparando nenhum contrato com a Sukhôi, mas acompanha de perto a operação do SSJ100 Business (SBJ).
O diretor-geral da Superjet International, Nazario Caucelli, se limitou a confirmar que as negociações estão em curso.
Segundo a fonte entrevistada pelo jornal “Vedomosti”, o Kremlin tem de escolher entre duas aeronaves: o An-148 e SBJ. “A primeira tem boa reputação e mais de 50% de seus componentes são fabricados na Rússia, o que é importante para o Serviço Federal de Segurança Pessoal de Altas Autoridades (FSO, na sigla em russo)”, disse.
No caso do SSJ100, mais de 70% de suas peças são de fabricação estrangeira, razão pela qual terá dificuldades em fazer parte da frota de aeronaves para o transporte de autoridades de alto escalão.
Por outro lado, a frota da Presidência já conta com uma aeronave estrangeira, o Airbus319. No conjunto titular, essa aeronave custa US$ 40 milhões, fora os 20 milhões investidos para refazer seu interior. A versão básica do SSJ100 custa US$ 30 milhões, enquanto a versão VIP poder ser várias vezes mais cara.
“Um contrato com um cliente como o gabinete da presidência é um passo importante para a promoção da aeronave”, diz o editor-chefe da “Aviatransportnoie Obozrenie” (“Revista Aeronáutica”), Aleksêi Sinitski. “Mas sempre haverá quem diga que o avião foi comprado só para apoiar a Sukhôi”, acrescentou.