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Leilão de aeroportos tem 11 interessados

Consórcios apresentaram propostas na sede da BM&F Bovespa; expectativa é de que o valor fique bem acima do mínimo de R$ 5,4 bilhões

RENÉE PEREIRA - O Estado de S.Paulo 

Onze consórcios entregaram ontem as propostas econômicas e as garantias para o leilão dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília, marcado para segunda-feira. A documentação foi entregue na sede da BM&F Bovespa, no centro da capital paulista, que ficou movimentada com o vaivém dos investidores e seus representantes.

Para arrematar os terminais brasileiros, eles terão de pagar, no mínimo, R$ 5,4 bilhões para a União nos próximos anos. Mas, pelo apetite demonstrado pelos investidores, a expectativa é de que o ágio seja alto. Ontem, na entrega das propostas, o que mais surpreendeu, além do número de interessados nos aeroportos, foi a quantidade de papel necessária para garantir presença na disputa.

Em plena era digital, os representantes dos consórcios surgiam pela porta da frente da bolsa paulista carregando caixas e mais caixas de documentos exigidos pelo governo. São garantias e provas de que terão capacidade para administrar os três aeroportos e fazer os investimentos necessários, orçados em mais de R$ 16 bilhões.

As comitivas que estiveram na BM&F Bovespa ontem eram compostas por advogados, representantes das corretoras e executivos das empresas. Todos juntos para esconder a identidade dos consórcios - uma estratégia usada pela maioria. "Assinamos um termo de confidencialidade. Não podemos falar nada", dizia um deles. Mas, aos poucos, os nomes foram aparecendo.

Os últimos a apresentar a documentação foram os grupos formados por Triunfo, UTC Participações e a francesa Egis Airport Operation; Invepar (empresas de infraestrutura dos fundos de pensão Previ, Petros e Funcef e da construtora OAS) e a sul-africana ACSA; e as espanholas OHL e Aena.

Antes disso já haviam marcado presença na BM&F Bovespa os consórcios CCR e Zürich; Ecorodovias e Fraport (Alemanha); Fidens Engenharia e ADC&Has (Estados Unidos), Odebrecht e Changi (Cingapura); Engevix e Corporación América (Argentina); Queiroz Galvão e BAA/Ferrovial (Reino Unido); Carioca e ADP (França). Um único grupo não foi confirmado, mas o mercado suspeita que seja a Galvão Engenharia, que estava negociando com a Münich Airport. A empresa informou, entretanto, que apenas se pronunciaria hoje. 

Avaliação das garantias. Apesar da entrega da documentação, ainda não é certeza de que todos os grupos vão participar do leilão, na segunda-feira. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) precisa avaliar e aceitar todas as garantias apresentadas. De acordo com o cronograma, até o fim do dia a agência vai divulgar o número de participantes na disputa. 

Mas não se espera grandes problemas. "Nossa expectativa é que o leilão seja bastante disputado. Será uma guerra", afirmou o advogado Floriano Azevedo Marques Neto, sócio da Manesco, Ramires, Perez, Azevedo Marques Advocacia, que representou um dos consórcios participantes.

Na avaliação dele, apesar de o governo optar por não permitir que um consórcio vença mais de um lote, ele conseguiu uma modelagem de leilão que induz a uma forte competição. "O único risco é a chamada maldição dos leilões, como os americanos chamam o efeito de uma disputa acirrada que condena o vencedor aos ônus da ousadia." 

Segundo especialistas, existem muitos consórcios de olho nos aeroportos menores, como Viracopos. Para as construtoras, por exemplo, o aeroporto pode ser a melhor alternativa. A explicação está no volume de investimentos e de obras a serem executadas. Apesar disso, muitos consórcios apresentaram proposta para os três aeroportos. Foi o caso, por exemplo, de OHL e Invepar. Outros não quiseram dar essa informação.

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