Programa prevê a ampliação do número de aeroportos e necessita de R$ 2,4 bilhões para recuperá-los até 2015

TÂNIA MONTEIRO / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo 

Às vésperas do leilão de privatização de Guarulhos, Viracopos e Brasília, o governo começa a discutir um novo programa de aviação regional, que prevê a ampliação do número de aeroportos no País. O projeto, apresentado pela Secretaria de Aviação Civil (SAC) à Casa Civil na semana passada, foi feito com base nos estudos da Associação Brasileira de Empresas de Transportes Aéreos Regionais (Abetar), que analisou a situação de 175 aeroportos que funcionam com restrições e pede ao governo pelo menos R$ 2,4 bilhões para recuperá-los até 2015.

De acordo com um dos diretores da Associação, Victor Celestino, é importante que o governo invista nos aeroportos regionais para desafogar os grandes, que estão saturados. Ele cita como exemplo, a importância de um aeroporto no Guarujá (SP) que poderia ser feito para funcionar em conjunto com a Base Aérea de Santos.

"A Baixada Santista precisa de um aeroporto com urgência porque o aeroporto de Itanhaém recebe aviação geral (voos particulares), mas não os regulares", comentou, ao citar um dos locais que têm alta demanda de passageiros, que não conseguem ser atendidos. "As empresas hoje voam para onde dá, não para onde querem."

De acordo com Celestino, atualmente mais de 250 milhões de passageiros se deslocam de ônibus em rotas que poderiam ser substituídas por viagens aéreas. Em 2011, foram 80 milhões de viagens. "Há um potencial de migração do terrestre para o aéreo três vezes maior do que as empresas voam hoje."

Dos 175 aeroportos regionais analisados pela Abetar, 110 já funcionam com voos regionais, mas muitos deles têm demanda maior do que a oferta e não podem receber aviões maiores, seja por causa da pista reduzida, seja por causa da falta de equipamentos como raio X e carro de bombeiros, exigidos por lei.

Em 1999, 182 aeroportos funcionavam com voos regulares. Hoje, o número de aeroportos em funcionamento caiu para 130. O governo quer elevar esse número para 209. A Abetar quer que pelo menos mais 65 cidades recebam novos aeroportos. 

Pontos vitais. Além da Baixada Santista, há cidades consideradas pelas companhias aéreas vitais para serem atendidas por voos regulares. Resende, no Rio de Janeiro é uma delas. 

Em Minas Gerais, por exemplo, a região de Paracatu é citada com área importante para a instalação de um aeroporto. No Nordeste, a Abetar considera Campina Grande, na Paraíba. 

Em Santa Catarina, Lages, Joaçaba, Caçador e São Miguel do Oeste, na fronteira com a Argentina, aguardam a construção ou adaptação dos aeroportos para receber linhas regionais. No Rio Grande do Sul, existem demandas de várias cidades. Também necessitam de adaptações para receber aviões maiores cidades do interior de São Paulo como Marília, Araçatuba, Sorocaba e São José do Rio Preto.

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