Beatriz Olivon, de
São Paulo - A American Airlines não é a única aérea americana que já precisou pedir ajuda. Delta Air, US Airways, United Airlines e Continental Airlines também já apelaram para o requerimento voluntário de proteção contra falência nos Estados Unidos – conhecido como “Chapter 11”(Capítulo 11).
Olhando a situação da American Airlines, era clara a perda de competitividade perante as outras aéreas americanas – que usaram o Chapter 11 no passado e assim reestruturaram seus custos – segundo Luis de Lucio, executivo da Alvarez & Marsal. “Ela estava muito mais fraca do que as outras”, disse.
A companhia é conhecida por ter gastos mais elevados com honorários na comparação com as demais concorrentes. Seu custo de mão de obra soma cerca de 800 milhões de dólares. “O grande problema, sobretudo das aéreas antigas é o passivo que carregam de sindicatos”, disse de Lucio.
Ao usarem o Chapter 11, Delta, Continental e United conseguiram se reestruturar. Dentre as seis maiores companhias aéreas americanas, somente a Southwest, a maior, ainda não apelou para o Chapter 11.
Reestruturação
A Delta, segunda maior aérea norte-americana segundo dados de janeiro do Bureau of Transportation Statistics, entrou com o pedido de reestruturação em setembro de 2005. Na época, a empresa enfrentava altos preços de combustíveis e competição com empresas de baixo-custo. No mesmo dia em que a Delta entrou com seu requerimento, a Northwest Airlines pediu proteção contra credores. Após a reestruturação, em 2008, a Northwest acabou unindo-se à Delta.
Antes delas, a United e a US Airways já haviam recorrido ao Chapter 11. A United, quinta maior aérea do país, em número de passageiros, entrou com o pedido após o 11 de setembro, assim como a US Airways, a quarta maior, segundo de Lucio. A United enfrentou essa situação por quase três anos. A US Airways, por sua vez, entrou em recuperação judicial duas vezes, uma em 2002 e outra em 2004.
A Continental entrou em recuperação judicial pela primeira vez em 1983, saindo em 1986. Mas em 1990 ela fez seu segundo pedido de concordata. A empresa afirma que foi afetada pelo crescente custo dos combustíveis, decorrente da invasão do Kuwait pelo Iraque. Ela saiu da concordata em 1993, após um investimento de 450 milhões de dólares feito pela Air Partners/Air Canada.