Deputado Newton Cardoso, que só viaja em jato particular, reclama do tráfego aéreo
 

Evandro Éboli - O Globo
 
BRASÍLIA. O ex-governador mineiro Newton Cardoso (PMDB-MG), que faz parte do grupo de deputados federais mais ricos do país, só viaja em avião de sua propriedade, mas, mesmo assim, tem se queixado do "caos aéreo nacional". Na Câmara, Newtão, como é conhecido, integra a Comissão de Viação e Transporte e, lá, faz seu palanque, relatando as agruras que tem passado nos ares e nos aeroportos do Brasil. Na sua aeronave, com capacidade para seis lugares, o parlamentar dá carona para deputados mineiros no trecho Brasília-Belo Horizonte e viaja também muito a São Paulo, onde tem negócios.

 
- Tenho sofrido muito por ter avião particular. Vou ter que ir de ônibus ou de avião de carreira?! Viajar no meu próprio avião é um problema. É uma enorme fila - disse Newton Cardoso em reunião da comissão na semana passada.

 
O deputado contou também que, se naquele momento, embarcasse para São Paulo, teria problemas para pousar em qualquer um dos aeroportos da capital paulista. E disse que enfrenta esse mesmo problema em Brasília.

 
- Se quisermos ir para São Paulo agora, em avião particular, ninguém consegue descer.

 
Chegando lá, fica, no mínimo, 40 minutos para descer na cidade. Ontem foi a mesma coisa aqui em Brasília. Um aeroporto moderno, mas para descer aqui precisa meia hora. É uma fila de aviões. Uma estupidez - afirmou.

 
Nessa reunião da comissão, os parlamentares aprovaram convite para ouvir o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil, Marcelo Guaranys. Querem perguntar sobre a situação dos aeroportos e sobre a declaração que ele teria dado de que é desnecessário construir outro aeroporto em São Paulo. Newton Cardoso defendeu a demissão de Guaranys, pois, para ele, o Brasil não tem como sediar a Copa:

 
- Não temos condição. Ou suspende a Copa ou o governo faz aeroportos.


Cardoso afirmou ontem que enfrenta problema no tráfego aéreo toda semana e reclamou das revistas a que é submetido nos aeroportos:

 
- É um constrangimento.
 

Perguntado se não considerava seu problema menor diante dos vivenciados pelos usuários comuns dos aeroportos, respondeu:

- Do jeito que está não é privilégio nenhum ser dono de avião. Todo mundo reclama. Não sou só eu.

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