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Libra entra na área de aeroportos

Por Francisco Góes | Valor
Do Rio

 
O grupo Libra, um dos maiores operadores logísticos do Brasil, está criando uma nova área de negócios, a Libra aeroportos. A nova unidade surge com o intuito de analisar oportunidades nas concessões dos grandes aeroportos brasileiros. Mas um primeiro passo foi dado: o grupo oficializou ontem a compra do controle acionário da Costa do Sol Operadora Aeroportuária, que tem a concessão para explorar o Aeroporto Internacional de Cabo Frio, na região dos Lagos do Rio. O valor do negócio é mantido em sigilo.

 
O Libra comprou 60% da Costa do Sol, que no início da década ganhou a concessão para explorar o aeroporto de Cabo Frio por 22 anos, até 2023, com possibilidade de renovação por igual período. Os outros 40% permanecem com a holding que reúne cinco acionistas pessoas físicas. "Mais do que uma aquisição vemos o negócio como uma associação com o objetivo de compartilhar a gestão e de desenvolver o aeroporto de Cabo Frio em carga aérea e em serviços ligados à indústria de petróleo e gás", disse ao Valor o presidente do grupo Libra, Marcelo Araújo.

 
Francisco Pinto, um dos sócios da holding, disse que a entrada do grupo Libra vai dar fôlego à concessionária para continuar a investir e buscar novas oportunidades de negócios. Segundo ele, os sócios da operadora conversaram com vários interessados. "Nos associamos ao Libra pela tradição que tem no comércio exterior e pela forte identidade de propósitos e valores que temos com o grupo", disse Pinto. A operadora contou com a assessoria do BTG Pactual na busca de um novo sócio controlador.

 
Marcelo Araújo, o presidente do Libra, afirmou que Cabo Frio estará integrado às demais operações do grupo, que até agora tinha três unidades de negócios: terminais, que reúne operações portuárias de contêineres; logística, formada por uma rede de operações de carga geral e contêineres para atender o comércio exterior; e a Libra Participações, que inclui negócios diversificados - da navegação de interior na Amazônia à produção de azeite de oliva no Chile.

Araújo disse que desde 2008 o grupo vem estudando o setor aeroportuário como um novo segmento de negócios. O grupo vê complementariedade entre o negócio aeroportuário e os terminais portuários e a logística. Há potencial de integração entre o terminal de contêineres da Libra no Rio, as operações de transporte da área de logística do grupo e o aeroporto de Cabo Frio, que conta com área alfandegada.

 
"A partir das experiências da Costa do Sol na gestão aeroportuária e da Libra no comércio exterior, estamos aptos a prospectar novas oportunidades de aeroportos no Brasil", disse Araújo.

 
O executivo afirmou que há dois caminhos que podem ser seguidos pelo grupo nas novas licitações para concessões de aeroportos no país: um é associar-se a um operador internacional e outra possibilidade é entrar em consórcio em formação. Araújo disse que o grupo mantém contatos com vários operadores internacionais de aeroportos. Ainda não está definido, porém, qual pode ser o veículo de participação em novas licitações. Uma possibilidade seria participar via Libra aeroportos ou então mediante a própria Costa do Sol.

 
Em relação a Cabo Frio, Araújo disse que será montado um plano estratégico para o aeroporto incluindo os investimentos a serem feitos nos próximos cinco anos com foco na carga, na indústria de óleo e gás, e também no turismo. A montagem de um novo plano de investimentos deve levar a Costa do Sol a abrir negociação com a prefeitura de Cabo Frio, que é o poder concedente, para tentar renovar a concessão por mais 22 anos.

 
Ontem Araújo reuniu-se com o prefeito de Cabo Frio, Marcos Mendes, para comunicar que todas as etapas legais do processo de entrada na Costa do Sol foram cumpridas.

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