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Trip investe US$ 903 milhões na frota

Por Virgínia Silveira | Para o Valor, de Campinas
 
O presidente da Trip Linhas Aéreas, José Mário Caprioli, que ontem anunciou investimento de US$ 903 milhões em novos aviões, disse que os projetos para ampliar a frota e melhorar a eficiência operacional preparam a companhia para enfrentar a expansão do mercado doméstico e consolidar a liderança no mercado de aviação regional na América do Sul.

 
A compra de 18 aviões turboélice ATR 72-600, anunciada ontem, segundo Caprioli, coloca a Trip na posição de maior operadora desse modelo no mundo, só atrás da American Eagle. O valor da compra é de US$ 903 milhões e inclui 22 opções de compra adicionais.

 
Das 18 aeronaves anunciadas ontem, nove serão adquiridas diretamente da ATR e nove, de contratos de leasing com a ALC (Air Lease Corporation) e a GECAS.

 
A expansão da frota da Trip também poderá incluir quatro opções de compra de jatos da Embraer (modelos 175 e 190). "Até o fim deste ano teremos uma definição sobre isso". O plano de frota da Trip até 2013 prevê 79 aviões, sendo 18 do modelo 190 da Embraer, 11 do 175, 30 do ATR-72 e 20 do ATR-42.

 
Até o fim do ano a frota da Trip terá 55 aviões, voando a 89 municípios. "Nosso objetivo é que em 2013 a Trip ultrapasse as 100 cidades atendidas por seus voos", diz Caprioli. O faturamento previsto para este ano, de R$ 1,2 bilhão. A Trip tem 71% do mercado de aviação regional e é a maior operadora brasileira de aviões com menos de 100 assentos.

 
Caprioli também está investindo US$ 15 milhões na aquisição de um simulador de voo para os modelos ATR. O equipamento, da canadense Mechtronix Systems, será usado para treinar o pessoal da Trip, mas poderá ser usado por outras companhias. Segundo o executivo, algumas empresas já mostraram interesse em comprar esse serviço da Trip. O simulado tem capacidade para realizar 6.500 horas de treinamento por ano.

 
Sobre uma eventual participação da TAM no capital da Trip, Caprioli disse que as negociações continuam e que uma definição pode acontecer até o fim deste ano. Caso não haja um acordo para a venda de 31% da Trip para a TAM, Caprioli admite a possibilidade de a companhia optar pela oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) a partir de 2012.

 
As duas empresas já desenvolvem uma aliança operacional na parte de planejamento conjunto da malha. O primeiro passado dessa aliança operacional entre a TAM e a Trip foi dado em 2004, com a operação de check in compartilhado. A partir dessa parceria operacional com a Trip, segundo Caprioli, a TAM tem focado cada vez mais as suas operações em aviões de maior capacidade.

 
"Um exemplo são as rotas da Pantanal, que a TAM decidiu abandonar. A Trip deverá operar essas rotas a partir de setembro. Isso tudo está sendo feito de maneira coordenada entre as duas companhias", disse. Os aviões de até 110 assentos usados pela Trip, segundo ele, já são suficientes para a calibração entre a oferta e a demanda nesses mercados.

 
O presidente da Trip disse ainda que a companhia tem analisado com interesse as perspectivas de criação de uma aviação regional sul-americana, uma tendência que deve se consolidar nos próximos anos. "Estamos olhando para esse mercado, mas neste momento o nosso foco está em melhorar a nossa malha no Brasil", disse.

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