Mas cenário para hoje ainda é incerto. Porto Alegre e Florianópolis voltaram a ser atingidas pelas cinzas

Danielle Nogueira, Marcelle Ribeiro, Geralda Doca e Janaína Figueiredo*

RIO, SÃO PAULO, BRASÍLIA e BUENOS AIRES. 


As companhias aéreas retomaram no fim da tarde de ontem seus voos para Argentina e Uruguai, com a melhora nas condições meteorológicas nos dois países. Mas o cenário ainda é incerto, por isso as empresas aconselham os passageiros a entrarem em contato com suas centrais de atendimento antes de se dirigirem ao aeroporto. Ontem pela manhã, por exemplo, a TAM chegou a anunciar que retomaria as atividades em Montevidéu, mas voltou atrás pouco tempo depois, seguindo orientações das autoridades locais. Ao todo, a companhia teve 24 voos cancelados com destino ou origem para os países vizinhos ontem.
 
A uruguaia Pluna, a chilena LAN, a Aerolíneas Argentinas e a Gol também retomaram seus voos para os países vizinhos. A Gol chegou a contratar uma consultoria meteorológica para ter informações sobre a nuvem de cinzas expelidas pelo vulcão chileno Puyehue-Cordón Caulle.

 
Apesar da retomada, até as 20h de ontem, 18% dos 182 voos internacionais haviam sido cancelados, segundo a Infraero. A situação foi pior em Porto Alegre e Florianópolis, que voltaram a ser atingidas pelas cinzas ontem de manhã. Três (37,5%) de oito voos internacionais programados haviam sido suspensos na capital gaúcha. Em Florianópolis, o índice ficara em 33%.

 
Segundo o Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA) da Aeronáutica, a nuvem de cinzas chegou a ocupar cerca de 70% do Rio Grande do Sul e 40% de Santa Catarina pela manhã. À tarde, o centro informou que ela havia deixado Porto Alegre e estava em Caxias do Sul (RS), Santa Maria (RS) e Florianópolis (SC) e seguia em direção ao oceano.

 
Apesar de autoridades de Bariloche terem informado que o aeroporto da cidade não abriria antes de 21 de junho, anúncios com pacotes para Bariloche e Villa La Angostura, que chegaram a ficar sem energia elétrica devido ao vulcão, continuam sendo publicados nos jornais.

 
Na Argentina, meios de comunicação locais confirmaram que as cinzas poderiam continuar alterando o transporte aéreo no país pelos próximos dez dias. Ontem, o presidente da Associação de Futebol da Argentina (AFA), Julio Grondona, admitiu que a data de início da Copa América, prevista para 2 de julho, pode mudar.

 
As cinzas também dificultaram a viagem do presidente eleito do Peru, Ollanta Humala, que optou pelo serviço de Buquebús (os barcos que atravessam o Rio da Prata) para ir de Montevidéu a Buenos Aires, encontrar-se com a presidente Cristina Kirchner. O mesmo meio de transporte foi usado pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, no percurso inverso.

 
Empresa só poderá administrar um aeroporto
 

No Brasil, o governo quer evitar monopólio privado: quem arrematar um terminal no processo de privatização não poderá levar outro. Segundo o presidente da Infraero, Gustavo do Vale, a regra valerá para Guarulhos (SP), Viracopos (Campinas-SP) e Brasília. Ele participou ontem de encontro na Confederação Nacional da Indústria (CNI) e disse que não está definido se a Infraero terá poder de veto no consórcio vencedor. Na coluna semanal "Conversa com a Presidenta", distribuída a jornais, Dilma Rousseff disse que o governo investirá R$5,15 bilhões nos aeroportos até 2014.
 
(*) Correspondente

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