Empresa ampliará também manutenção de equipamentos
Danielle Nogueira - O Globo
Apostando no crescimento do mercado aéreo regional no Brasil e em outras nações emergentes, a GE pretende iniciar no Rio, a partir de 2012, a montagem de turbinas usadas em aviões que operam nesse segmento, como os jatos 190 e 195 da Embraer. Hoje, na Celma, unidade que a empresa mantém em Petrópolis, na Região Serrana fluminense, são feitos apenas serviços de manutenção. A montagem é concentrada nos EUA.
Na visão do presidente da GE no Brasil, João Geraldo Ferreira, a troca do ônibus pelo avião como meio de transporte tende a aumentar com o crescimento da renda média do brasileiro e a interiorização dos voos. Por isso, a empresa decidiu trazer para o país a montagem das turbinas CF34 (usadas nos jatos da Embraer). A atividade de manutenção também deve ser ampliada, das cerca de 300 turbinas por ano para 500 anuais nos próximos 24 meses.
- Com a emergência da classe C e a ampliação de crédito no mercado, o avião se torna, cada vez mais, uma opção. O mercado doméstico tem uma expectativa de crescimento muito grande. Basta ver as encomendas da Azul (aérea que lidera o processo de regionalização dos voos no país) - disse Ferreira, que participou ontem do Fórum Econômico Mundial, no Rio.
Segundo ele, esse fenômeno se repete em outras economias emergentes e, como a Embraer é forte exportadora de jatos para esses países, a GE quer aproveitar a proximidade com o cliente no Brasil para pegar carona nas exportações. Cerca de 90% do faturamento da Embraer vêm das vendas externas, segundo o executivo.
A GE planeja, ainda, ampliar sua atuação no setor de óleo e gás, com a estratégia de vender a pesos pesados do setor, como a Petrobras, pacotes fechados com produtos e serviços. Com esse foco, a GE assumiu o controle de quatro empresas da cadeia produtiva petrolífera nos últimos sete meses, um investimento de US$ 11 bilhões.