Fim do monopĂłlio da Infraero abre caminho para ofertas
Geralda Doca - O Globo
BRASĂLIA. Os efeitos positivos do aumento da concorrĂȘncia nas tarifas aeroportuĂĄrias, com a entrada do setor privado na administração dos terminais, vai depender da consolidação do processo de concessĂŁo que o governo pretende iniciar em maio. Esses benefĂcios somente serĂŁo sentidos quando houver de fato uma disputa no setor, com a cobrança de tarifas diferenciadas de acordo com a demanda (hora, dia e temporada) e a melhoria na qualidade do serviço.
Pelos planos do governo, os trĂȘs aeroportos que tiveram modelagem de concessĂŁo definida e vĂŁo receber recursos privados (Guarulhos, Viracopos e BrasĂlia) continuarĂŁo sob responsabilidade da Infraero. CaberĂĄ Ă estatal receber as tarifas de embarque, pouso e decolagem, ficando com o investidor as receitas comerciais. Ou seja, nĂŁo haverĂĄ preços distintos dentro de um mesmo aeroporto.
Jå São Gonçalo do Amarante (novo aeroporto de Natal), Galeão e Confins (de Belo Horizonte) - deverão ser repassados integralmente ao setor privado. à nesse contexto que poderå se estabelecer um diferencial de serviço e de tarifa, disse um técnico, porque esses terminais tentarão se tornar mais atraentes do que os de outros estados para chamar tråfego.
Por enquanto, o usuĂĄrio conta com uma resolução da AgĂȘncia Nacional de aviação Civil (Anac), que flexibilizou as tarifas, fixando teto para os valores e permitindo descontos ou cobranças de valores adicionais, dependendo do horĂĄrio do voo. Os efeitos dessa medida, no entanto, esbarram no monopĂłlio da Infraero, que administra os 67 aeroportos mais importantes do paĂs.
A regra da Anac veio acompanhada de metas de eficiĂȘncia para cada aeroporto, de acordo com a quantidade de passageiros, o volume de cargas e o custo da operação. Falta ainda estabelecer critĂ©rios para medir a qualidade dos serviços.
Os contratos de concessĂŁo deverĂŁo ter prazo mĂĄximo de 35 anos, podendo ser renovados uma Ășnica vez.