Danielle Nogueira - O Globo
 
Apesar de a fusão entre TAM e LAN ainda depender da aprovação das autoridades de defesa da concorrência no Brasil e no Chile, a companhia aérea brasileira obteve o aval da futura sócia chilena para negociar a compra de uma fatia da Trip, segundo uma fonte próxima às conversas. Em teleconferência com analistas ontem, o presidente da TAM Linhas Aéreas, Líbano Barroso, limitou-se a dizer que as negociações entre as duas empresas dizem respeito à ampliação de compartilhamento de voos (acordos de codeshare), hoje restrita a 26 destinos.

 
Mais cedo, a TAM divulgara comunicado em que não negava nem confirmava os rumores de que estava interessada na compra de participação da Trip. Segundo a fonte ouvida pelo GLOBO, o negócio vem sendo discutido há alguns meses. Nessas discussões, os grupos Caprioli e Águia Branca manteriam o controle da companhia regional, e a americana Sky West, que comprou uma fatia da Trip em 2008, deixaria o capital da aérea aos poucos, como adiantou Ancelmo Gois na edição de ontem do GLOBO.

 
Procurada, a Trip não retornou as ligações.

 
Ações da TAM caem 1,16% na Bovespa
 

A operação está inserida na estratégia da TAM de promover uma interiorização de seus voos, na esteira do crescimento das cidades médias brasileiras. O primeiro passo nesse sentido foi o próprio acordo de codeshare firmado com a Trip em 2004. No fim de 2009, a TAM adquiriu a Pantanal, que também atua no mercado de voos regionais.
 
Na teleconferência com analistas na manhã de ontem, Barroso informou que TAM e Trip estão negociando a ampliação das rotas compartilhadas, mas não detalhou quais serão os novos destinos a serem incluídos no acordo vigente. Explicou ainda que, atualmente, as duas empresas reservam no máximo 15 assentos para a parceira nos voos compartilhados.

 
Essa limitação existe porque o sistema de reservas das duas companhias não é integrado. A partir de maio não haverá mais limite:

 
— Em maio a Trip adotará uma tecnologia compatível com nosso sistema. Isso permitirá que a venda de assentos seja ilimitada — disse Barroso.


A TAM não é a única a mirar o mercado regional. Sua principal concorrente, a Gol, tem contratos de codeshare com a paulista Passaredo e a nordestina Noar.

 
Ontem, as ações ordinárias (ON, com direito a voto) da TAM caíram 1,16% na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e as preferenciais (PN, sem direito a voto) recuaram 0,94%.

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