Funcionários sofrem com falta de vagas e transporte público
Da Redação
Paciência. Esta é a palavra de ordem para os funcionários do Aeroporto Internacional de Brasília Juscelino Kubitscheck que vão de carro para o trabalho. Segundo eles, o estacionamento privativo é muito caro e o público, além de nunca ter vaga, é longe e não possui segurança. Também enfrentam problemas aqueles que precisam de ônibus. Funcionários afirmam que só há transporte para outras cidades do DF, de manhã ou no fim da tarde.
A engenheira da Gol Linhas Aéreas Sheyla Vilela sempre passa por problemas quando chega ao aeroporto. Ela mora em Taguatinga e conta que sempre vai de carro ao trabalho, e, por isso, já passou mais de 45 minutos a procura de uma vaga. "Isso aqui está um caos".
Sheyla explica que além de demorar para encontrar vaga, os estacionamentos não possuem segurança. Ela conta que sempre há casos de roubos. A engenheira diz que não para o carro no estacionamento pago do aeroporto, pois é muito caro. Segundo Sheyla, antigamente o valor era mais acessível para os funcionários. Mas as últimas duas empresas de estacionamento não oferecem o desconto.
Conforme o supervisor do estacionamento Rio Info Park Leandro Lemos Moura, a empresa assumiu há três meses as vagas pagas e o valor é tabelado pela Infraero. "Já tem mais de ano que está este valor". Ele conta que trabalha no estacionamento do aeroporto há mais de oito meses e nunca ficou sabendo deste desconto dado aos funcionários.
De acordo com a Assessoria de Imprensa da Infraero, existem 1.043 vagas no estacionamento privado e 427 no público. A comunidade aeroportuária tem 665 vagas disponíveis. Cerca de dez mil funcionários trabalham em regime de plantão. Para a Infraero, o preço do estacionamento é definido levando-se em conta o preço de mercado e estacionamentos de referência e, pela característica do aeroporto, o prazo de permanência sem custos para os usuários deve aumentar de 15 para 20 minutos.
Transporte precário
As pessoas que dependem do transporte coletivo para ir e voltar do aeroporto também passam por problemas. Segundo o administrador da Infraero Diego Santos, que mora no Riacho Fundo II, os ônibus para as outras cidades são muito ruins. "É muito precário, principalmente para as regiões administrativas. Só passa bem cedo ou no final da tarde".
O administrador conta que, quando sai mais cedo do trabalho precisa pegar dois ônibus: um até a rodoviária e outro até em casa. E, quando perde o transporte do fim da tarde para casa, também precisa de dois ônibus. Segundo Diego, o transporte para a rodoviária passa de 30 em 30 minutos. O administrador conta que antes trabalhava na Esplanada e que era bem mais fácil para voltar para casa. "Lá era bem melhor".
MULTAS
Outro problema enfrentado no aeroporto é a área de embarque e desembarque. De acordo com o sargento Hamilton, da Polícia Militar, é proibido estacionar nesta área e devido a isso muitas pessoas são multadas. O sargento conta que, por dia, na área do aeroporto, cerca de 40 multas são aplicadas, entre os motivos está o estacionamento proibido.
O policial militar explica que só é permitido ficar no local o tempo necessário para descarregar as malas. Ele afirma que as pessoas costumam tirar as malas do carro e acompanhar o familiar ou amigo até a área de embarque. O policial militar Sebastião Pereira da Silva foi um dos multados enquanto o Jornal de Brasília estava no aeroporto. Ele conta que foi deixar a mãe no aeroporto. Entretanto, ele explica que ela é uma senhora idosa e não poderia fazer o check-in sozinha ou vir caminhando do estacionamento. "Eu sei que não pode, então não adianta argumentar".
Já a estudante Catarina Costa, que foi deixar a mãe Joana Clares e a prima Bárbara Viana para pegar o voo para Fortaleza, optou pela facilidade. Ela conta que deixou os familiares e as malas no local de embarque e depois seguiu para um dos estacionamentos a fim de poder se despedir da mãe e da prima. "Para descarregar a bagagem aqui é mais fácil. E o estacionamento, além de longe, é caro".
O Jornal de Brasília entrou em contato com o DFTrans, mas, até o fechamento da matéria não obteve resposta.