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Presidente da Gol tenta evitar greve

Constantino Júnior faz reuniões com funcionários. Assembléia será amanhã


Danielle Nogueira - O Globo

O presidente da Gol, Constantino Júnior, iniciou ontem um périplo pelas principais bases da companhia numa tentativa de dissuadir os funcionários de entrarem em greve. O executivo esteve reunido com funcionários no Rio e em Brasília ontem e hoje estará em São Paulo, com o mesmo fim. O desempenho de Constantino será posto à prova amanhã, quando haverá assembleias em diversas cidades do país para decidir se haverá paralisação ou não. As convocações foram feitas pelo Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA), Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos e Sindicato Nacional dos Aeronautas, todos ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT).

No Rio, Constantino esteve com cerca de 50 funcionários em um auditório no prédio da administração da Infraero, no Galeão. O GLOBO teve acesso a parte da conversa, de aproximadamente uma hora e meia. As principais reivindicações foram mudanças no plano de saúde — que teve reajuste de 35% em julho e é custeado integralmente pelos empregados — e reformas na área do check-in no Galeão, para dar mais conforto aos atendentes.

Constantino disse que a questão do check-in “é simples” de ser resolvida, mas que não será possível assumir os custos dos planos de saúde. Nos cálculos da Gol, isso oneraria a empresa em cerca de R$ 45 milhões.

— Absorver os custos dos planos de saúde elevaria muito os custos fixos da empresa. Mas vamos buscar alternativas — disse Constantino.

Empresa promete rever jornada de trabalho

Novo encontro entre sindicato e aérea é previsto para dia 20

Paralelamente à reunião entre Constantino Júnior e os funcionários da Gol, representantes da empresa e do Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA) estiveram reunidos ontem, na sede do sindicato, no Centro. Na pauta estavam quatro reivindicações: redução das horas extras, isonomia salarial para funcionários que têm o mesmo cargo mas trabalham em diferentes cidades, queixas de assédio moral, além do pedido para que a empresa custeie o plano de saúde dos empregados.

De acordo com a presidente do SNA, Selma Balbino, a Gol prometeu rever a jornada de trabalho.

O excesso de horas trabalhadas foi uma das razões que levou ao cancelamento de centenas de voos da Gol há dez dias, causando caos nos principais aeroportos do país. Novo encontro está previsto para o dia 20.

Copiloto da Gol ganha 15% abaixo da média de mercado

O SNA apoia a greve da Gol. A possibilidade de paralisação surgiu no último dia 2 de agosto. O movimento partiu de um blog e correu a internet. Um dos pontos da agenda era o reajuste de 25% para copilotos. Nenhum dos sindicatos que convocou assembleia para decidir sobre a greve amanhã, porém, tem em sua pauta essa reivindicação.

— Os copilotos da Gol ganham cerca de 15% menos que a média do mercado. Não defendemos um percentual de reajuste específico. Mas há uma insatisfação e, por isso, convocamos a assembleia — disse Graziella Baggio, diretora do Sindicato dos Aeronautas.

O Simarj, que disputa com o SNA a representação dos aeroviários no Rio e é ligado à Força Sindical, é contra a greve. Um de seus representantes estava na reunião da Gol com os funcionários ontem no Rio.

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