Marcelo Flach - Zero Hora
Se projetos de ampliação forem tímidos, 2012 pode marcar a estagnação dos terminais Definido há três anos como país-sede da Copa do Mundo de 2014, o Brasil ainda não fez nenhum grande investimento para modernizar os aeroportos considerados cruciais pelo fato de o mundial ser realizado em um país de dimensão continental.
Com os terminais no rumo da saturação, as obras já anunciadas, mas ainda no papel, precisam ser feitas, e logo, para o Brasil não reviver o caos aéreo de anos passados, com tumultos em check-in, filas na inspeção de raio X e demoras além da conta para pegar a bagagem na esteira.
A urgência nas reformas e ampliações não está relacionada apenas com a Copa do Mundo, mas também à necessidade de dar conta do avanço do mercado de aviação. As viagens aéreas cresceram no ritmo de 10% ao ano entre 2003 e 2008. No início de 2010, chegou a 20%. Para atender à demanda crescente, as companhias aéreas lançam novas rotas – movimento que vem sendo freado exatamente pela falta de infraestrutura aeroportuária no país.
Se o que foi feito se resumir a maquiagens aqui e ali, especialistas já apontam 2012 como o ano da estagnação completa dos aeroportos – dois anos antes da chegada de torcedores, imprensa e das seleções. A realização da Copa do Mundo deve acrescentar 10,3% de passageiros no movimento projetado de 158 milhões de pessoas para 2014.
Além da circulação de aviões de carreira e de fretamentos para a Copa, é preciso lembrar o que ocorreu na África do Sul, com o espaço aéreo e terminais sendo invadidos por uma frota de jatos particulares durante a realização do recente mundial.
Se a Infraero e o governo federal já reservaram R$ 6,48 bilhões para investimentos, o problema agora chama-se prazo, já que as obras são complexas e demoradas. Para escanear o estágio de saturação dos aeroportos, repórteres de Zero Hora estiveram em três terminais. A sucursal em Brasília verificou as condições do aeroporto JK, na capital federal. A reportagem também teve parceria dos jornais A Crítica (Manaus), Diário de Natal (Natal), Folha do Estado (Cuiabá), Folha de Pernambuco (Recife), Gazeta do Povo (Curitiba) e O Povo (Fortaleza). O sobrevoo pelos aeroportos do país começa na página central.
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