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Passagens aéreas mais baratas

A venda de bilhetes com preços menores a partir da semana que vem depende de a Anac autorizar a entrada da Azul na capital

Karla Mendes - Correio Braziliense

O preço da passagem aérea para Campinas, São Paulo, poderá ficar mais barato para o brasiliense a partir da semana que vem. A companhia Azul, que estreará no Aeroporto Internacional de Brasília Juscelino Kubitschek em 1º de agosto, com três voos diários para a cidade paulista, depende apenas da aprovação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para começar a venda dos bilhetes.

"Assim que recebermos autorização, iniciaremos as vendas", revela Gianfranco Beting, diretor de Marketing da Azul, em entrevista ao Correio. O executivo não revelou o valor que será cobrado, mas garantiu que haverá promoções bastante atrativas, seguindo a estratégia da companhia de oferecer tarifas com preços abaixo do mercado para estimular os clientes a experimentar os serviços da empresa.

Para operar a rota, a companhia adquiriu dois novos jatos da Embraer, modelo 195, com capacidade para 118 lugares cada um. "São dois aviões novinhos, especialmente adquiridos para inaugurar essa linha", observou Beting. No total, serão oferecidos 354 assentos diários de Brasília para Campinas e outros 354 no sentido contrário, da cidade paulista para a capital federal. Os horários dos voos, em cada um dos sentidos, serão assim distribuídos: um de manhã, um à tarde e outro à noite.

A Anac informou que a Azul entrou com o pedido de hotran (horários de voo autorizados pela agência) em 23 de abril e que a agência tem até 15 de julho para deliberar sobre a autorização. Os horários pleiteados pela Azul, partindo de Brasília, são: 11h16, 15h44 e 20h21. De Campinas, os voos partiriam às 8h42, 13h25 e 17h55.

Novas rotas

A partir da demanda verificada, Brasília poderá ganhar novas rotas da Azul no segundo semestre. "Vai depender do comportamento do mercado", disse Beting. Este ano, a companhia receberá mais quatro aeronaves. As perspectivas da companhia para os próximos anos são muito otimistas. Ao longo de 5 anos, as encomendas de jatos da Embraer somam 80 unidades, calçadas na previsão de que a demanda de passageiros por voos domésticos no mercado brasileiro crescerá 2,5 vezes em uma década. "Em 10 anos, o número de passageiros de transporte aéreo no Brasil passará de 60 milhões para 150 milhões. A gente acredita que isso vai acontecer não só pelo estímulo a quem não podia viajar de avião e passará a poder, como também pelo incentivo ao tráfego de pessoas que podem pagar por um bilhete aéreo, mas não viajavam porque achavam que o serviço era deficiente", considerou.

Desde que estreou no mercado, há pouco mais de um ano, Brasília sempre esteve no radar da Azul. "A gente sempre teve a intenção de servir Brasília. Só não fizemos isso antes porque a cidade é dominada por duas empresas (TAM e Gol). Precisávamos ter mais musculatura e receber novos aviões", disse Beting. O executivo afirmou que não é intenção da companhia roubar passageiros das concorrentes, pois há um grande mercado em potencial no Brasil e, sobretudo, em Brasília. "Sabemos do mercado que Brasília tem", concluiu.

PARA SABER MAIS

Empresa atua em 20 destinos

A Azul começou a voar em dezembro de 2008, ligando Campinas a Porto Alegre e Campinas a Salvador. Hoje, a companhia conecta 20 destinos: Campinas, Porto Alegre, Curitiba, Maringá, Navegantes, Florianópolis, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campo Grande, Vitória, Salvador, Recife, Maceió, Fortaleza, Natal, Manaus, Goiânia, Cuiabá, Porto Seguro e São Paulo. É a única com uma frota de 15 jatos 100% brasileira, os modernos E-Jets fabricados pela Embraer. A estratégia é vender bilhetes a preços competitivos. A empresa também apostou em espaço maior entre as poltronas (mínimo de 31 polegadas) e um serviço de bordo diferenciado das concorrentes.

Mercado cresce 23,48% em abril

O mercado de aviação brasileiro obteve crescimento de 23,48% em abril na comparação com março, conforme dados divulgados ontem pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A grande beneficiada foi a TAM, que depois de ver a Gol encostar com apenas 0,31 ponto percentual de diferença em março, voltou a abrir vantagem de 1,44 ponto percentual, alcançando 42,13% de participação no mercado, contra 40,69% da Gol.

Assim como em meses anteriores, as companhias de menor porte consolidaram posição no ranking nacional. A Webjet figura como a terceira maior companhia, com 5,89% de participação. A Azul aparece em quarto lugar (5,56%), seguida da Avianca — nova marca da OceanAir —, com 2,45%. A Trip ocupa a quinta posição, com 2,29% de participação. As companhias de menor porte já representam 17% do mercado. Ao fazer a contraposição dos números de abril com o mesmo mês de 2009, a Passaredo foi a companhia que obteve o maior crescimento: 152%. O segundo melhor índice foi alcançado pela Trip (126%), seguida da Webjet (96%) e da Azul (89%). Nesse intervalo, a Gol cresceu 29% e a TAM registrou expansão de 6%. De janeiro a abril, as companhias brasileiras acumularam alta de 32% na demanda, em relação ao mesmo período de 2009.

Na análise da Link Investimentos, os números expressivos de crescimento do mercado de aviação no Brasil em contraposição com o desempenho de 2009 é resultado da fraca base de comparação, já que o Brasil, assim como o resto do mundo, estava mergulhado na crise mundial. Pelo fato de abril estar inserido no período de baixa temporada, a corretora observa que a taxa de ocupação das aeronaves foi de 64,8%, o que representa um avanço de 1,8 ponto percentual em relação ao mesmo mês do ano passado.

O relatório da Link considera que o setor aéreo brasileiro está passando por um bom momento. A maior preocupação, segundo o relatório, é a infraestrutura aeroportuária, que se mostra insuficiente para atender à demanda em diversos terminais do país. Estudo divulgado pelo Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias, no início do ano, revelou que mutios aeroportos brasileiros estão com a capacidade esgotada e que os investimentos previstos para a ampliação dos terminais para a Copa do Mundo estão aquém das necessidades do mercado.

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