O jornal argentino La Nación levantou ontem a suspeita de que o governo de Cristina Kirchner estaria pagando um preço superfaturado pelos aviões da Embraer, com os quais pretende renovar a frota da reestatizada companhia Aerolíneas Argentinas. A suspeita de mais um caso de corrupção da administração Kirchner está focada na compra de 20 jatos modelo Embraer 190AR, pelos quais o governo argentino desembolsaria US$ 698 milhões, conforme dados do próprio governo. A compra será financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Pelo total de US$ 698 milhões do contrato, cada avião da Embraer custaria US$ 34,9 milhões.
No entanto, segundo o La Nación, a companhia Aeromexico pagou US$ 29 milhões pelo mesmo modelo e a Taca, do Panamá, pagou US$ 30,5 milhões.
Ontem, o secretário de Transportes da Argentina, Juan Pablo Schiavi, explicou que o preço acertado com a Embraer é de US$ 30,5 milhões por jato e a diferença, de US$ 4,4 milhões, refere-se a adicionais como peças de reposição para dois anos de operações, configuração do equipamento e instrução de pessoal.
O BNDES informou que o contrato ainda não foi assinado, mas explicou que o financiamento à exportação de aviões da Embraer, que pode alcançar até 85% do valor dos jatos, não envolve serviços como capacitação técnica de pilotos, citado como parte do acordo pelo jornal.
A Embraer divulgou nota afirmando que "repudia veementemente especulações sobre a ocorrência de superfaturamento na condução de seus negócios".