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Quem está pensando em viajar de avião terá boas notícias em breve

Jornal de Brasília

As companhias aéreas brasileiras vão acirrar a competição nos preços promocionais nas passagens no segundo semestre por causa do descasamento entre a oferta de assentos e o fluxo de passageiros efetivamente transportados em voos nacionais de janeiro a junho. A avaliação é do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), que concluiu uma análise setorial do primeiro semestre de 2009. Nesse período, a oferta de assentos nos aviões acumulou alta de 10,2%, enquanto a demanda subiu apenas 3,2%, na comparação com igual período do ano passado.

O resultado do desequilíbrio entre oferta e demanda foi uma acentuada queda, de 4,29 pontos porcentuais, na taxa de ocupação das aeronaves no primeiro semestre deste ano (63,15%) em relação ao mesmo período do ano passado (67,44%). "Baratear os preços é, geralmente, o recurso que as empresas com excesso de oferta usam na tentativa de estimular a demanda ou atrair passageiros dos concorrentes", afirma o consultor do Snea, Ricardo Gondim. O diretor-técnico do sindicato, Ronaldo Jenkins, concorda que o descasamento entre oferta e demanda vai gerar uma maior concorrência tarifária, mas lembra que isso será ruim para os resultados financeiros das companhias aéreas.

"Pode haver uma maior competição de preços, mas até um determinado limite. Algumas empresas no mundo estão optando por parar avião, mesmo pagando o leasing, porque está voando com uma rentabilidade muito baixa, que não paga o custo", diz Jenkins.

Expansão da Frota

Os dois especialistas em aviação lembram que um dos principais motivos que levou à queda na taxa de ocupação dos aviões no primeiro semestre foi o fato de as empresas manterem seus planos de expansão de frota. A demanda por voos nacionais não acompanhou o aumento da oferta de assentos. E lembram que o resultado só não foi pior por causa dos preços. "O mercado doméstico está com um comportamento não tão ruim quanto se esperava, justamente por causa das promoções", diz Gondim.

Nos voos internacionais operados por companhias brasileiras, o Snea vê com preocupação o aumento da incidência de casos da nova gripe no País e no resto do mundo, especialmente na América do Sul, aliada à crise mundial, que reduziu as viagens de lazer e de negócios. Os voos ao exterior acumulam queda de 5,5% no primeiro semestre, em relação ao mesmo período do ano passado. A oferta de assentos, por sua vez, recuou 3% na mesma base de comparação.

Gripe

"O transporte aéreo internacional sentiu mais ainda a crise. Além do mais, a nova gripe é uma dificuldade adicional, pois muita gente deixou de viajar ao Cone Sul. Para nós, infelizmente, a liberdade tarifária fez com que a empresa nacional não tenha condição de competir com as empresas do exterior", afirma Jenkins, se referindo à liberdade tarifária em voos internacionais em implementação pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Ainda de acordo com a Anac, no acumulado do ano, o aumento foi de 3,23%. A taxa de ocupação nos voos domésticos recuou de 66,9% em junho de 2008 para 65,44% em junho de 2009. Entre janeiro e junho, o indicador atingiu 63,15%, também inferior aos 67,44% de período correspondente de 2008.

As companhias aéreas brasileiras registraram alta de 2,59% no fluxo de passageiros transportados ao exterior em junho, na comparação com o mesmo período do ano passado. A oferta de assentos, por sua vez, aumentou 7,31% na mesma base de comparação.

SAIBA +

A expansão de 3,2% na demanda por vôos nacionais no primeiro semestre de 2009 representa um terçodo ritmo de crescimento registrado no mesmo período de 2008, de 10, 8%.

Segundo a Anac, a Gol/Varig se manteve na segunda posição do mercado em junho ao responder por 42,19% da demanda por voos nacionais.

A TAM liderou o mercado doméstico de aviação no mês passado, com 44,77% do fluxo de passageiros transportados. No mercado internacional, a fatia da Gol ficou em 13,21%% no mês passado, enquanto da TAM liderou com 86,67% dos passageiros transportados.

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