Chinesa Spring Airlines pretende elevar a capacidade de acomodação das aeronaves
A companhia aérea chinesa Spring Airlines considera a possibilidade de fabricar aviões que permitam que os passageiros viajem praticamente em pé. A ideia não tem data para começar a ser implementada, mas a empresa espera levar seu projeto à agência que regula a aviação no país ainda no final deste ano.
Segundo reportagem da rede de TV CFTV, a medida tem como principal objetivo elevar a capacidade de acomodação das aeronaves, mesmo em detrimento do conforto dos passageiros.
– A companhia considera esta possibilidade há um ano – disse Zhang Wuan, porta-voz da Spring Airlines. – Apesar disso, o processo de fabricação de um avião com estas características é muito longo.
Segundo Zhang, tanto os assentos como a distância que há entre eles serão reduzidos para que o avião tenha maior capacidade. A estimativa é que um avião desse tipo tenha uma acomodação 40% maior de passageiros do que em um avião tradicional.
Os números apontam para uma economia da ordem de 20% nos custos operacionais das linhas aéreas, com consequente redução do valor das passagens.
Não está claro como os passageiros poderão ser acomodados dentro de aviões sem poltronas. A rede de TV cita que uma das ideias é fixar pequenos assentos, como banquinhos, dentro dos aviões. A medida deve permitir que o passageiro fique sentado ou em pé, mas sempre com o cinto de segurança.
Campeã
Uma das empresas intituladas low cost (baixo custo) mais famosas por anunciar medidas inimagináveis para lucrar mais, mesmo que afetando o conforto dos passageiros, é a irlandesa Ryanair. Para se ter uma ideia, a companhia anunciou que planeja cobrar 1 libra (R$ 3) de quem usar o banheiro durante o voo. Em entrevista publicada no The Guardian, o presidente da aérea, Michael O'Leary, disse ainda que os planos incluem a retirada de dois dos três banheiros dos Boeings 737-800 da empresa para dar espaço a mais seis poltronas dentro do avião. Segundo ele, o tempo médio dos voos da Ryanair é de uma hora e, por isso, torna-se desnecessário ter três banheiros.
Atualmente, a companhia cobra até o check-in online. São 5 libras (R$ 15) para não pegar fila no guichê do aeroporto. As cobranças por bagagem também são comuns. São 10 libras pela primeira mala e mais 20 libras (R$ 62) por uma segunda ou terceira. Sendo que, no total, o passageiro pode levar um máximo de 15 quilos. Caso contrário terá de pagar pelo excesso de bagagem, cujo valor é divulgado no embarque.
Crianças até 2 anos não pagam passagem, como de praxe. Mas a Ryan Air criou uma taxa de 20 libras para levá-las a bordo. Se você estiver com o carrinho de bebê, terá de desembolsar mais 30 libras (R$ 94). A Ryanair vende passagens por a partir de 1 libra e concentra seus voos no Reino Unidos e nos países vizinhos.
Crise
As companhias aéreas mundiais perderam mais de US$ 3 bilhões no primeiro trimestre de 2009, segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês), que mantém a estimativa de prejuízo anual de US$ 9 bilhões.
No mais recente quadro sobre a indústria no mundo, a IATA informou que a fraca demanda por viagens e os volumes de cargas mais reduzidos pela recessão global afetaram as receitas das principais transportadoras, em uma significativa deterioração frente ao ano passado.