Alta do dólar provoca prejuízo líquido de R$ 7,1 milhões em 2008



Roberta Campassi, de São Paulo

Os resultados da aquisição de uma concorrente e do esforço para se expandir ficaram visíveis no balanço da Trip Linhas Aéreas, maior empresa brasileira de voos regionais. A companhia quase triplicou sua receita líquida de 2007 para 2008 - de R$ 112,1 milhões para R$ 310,2 milhões - e obteve o primeiro lucro operacional desde pelo menos 2005.

A Trip, sediada em Campinas, adquiriu a operação de passageiros da mineira Total no fim de 2007. Com esse movimento, sua oferta de assentos mais que dobrou. No ano passado, a Trip ainda recebeu mais quatro aeronaves turboélice da fabricante europeia ATR e fechou o ano com 21 delas.

O lucro operacional - entendido aqui como receita menos custos e despesas, antes dos resultados financeiros - chegou a R$ 22,6 milhões, contra prejuízo de R$ 13,3 em 2007 e perdas também nos dois anos anteriores.

"Os números mostram bem que a Trip alcançou uma escala mínima que permite rentabilidade", afirma José Mário Caprioli, fundador e presidente da empresa.

Os resultados financeiros negativos, contudo, impediram que a Trip fechasse 2008 também com lucro líquido. A companhia contabilizou R$ 24,2 milhões de perdas com a valorização do dólar sobre o seu passivo, que é atrelado à moeda americana. Apesar de a perda ser mais um efeito da contabilidade e não representar saída de caixa, coloriu de vermelho a linha final: a Trip teve prejuízo líquido de R$ 7,1 milhões, contra perda de R$ 16,9 milhões no ano anterior.

Para 2009, o objetivo da Trip é avançar no processo de ganho de escala e diluição de custos fixos. A companhia receberá oito aeronaves novas e pretende elevar a oferta de assentos em cerca de 70%. Segundo Caprioli, a projeção é fechar dezembro com uma receita de R$ 520 milhões.

A Trip está na etapa final para fechar um financiamento com o BNDES, diz Caprioli. Essa linha vai permitir a compra de cinco jatos 175 da Embraer. A entrega do primeiro avião estava marcada para esta semana, mas agora deve ocorrer até o fim de maio.

Enquanto não obtém esse crédito, a Trip conta com aportes da companhia aérea americana Skywest, que entrou na empresa brasileira em 2008, com US$ 5 milhões. Neste ano, aplicou outros US$ 15 milhões e uma quantia similar está prevista para 2010 - até que sua participação alcance 20%. O grupo capixaba Águia Branca também é sócio da Trip com uma fatia de cerca de 50%, além do próprio grupo Caprioli e da Total - esta com uma fatia reduzida.

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