WILLAME SOUSA

A impossibilidade de embarque de aproximadamente 50 passageiros no voo 3541, da TAM, às 14h15 deste sábado, causou revolta nos passageiros. Após realização de check-in e de espera para viajar, funcionários da empresa informaram que não haveria vagas suficientes na aeronave vinda de Brasília (DF). Quem não conseguiu seguir viagem teve de embarcar nos voos da Gol, às 00h30 de sábado, ou da TAM no domingo.

Aproximadamente 30 pessoas, conforme informações apuradas pela Folha, tiveram de adiar a ida a Manaus e outros destinos. Além de terem ficado sem embarcar os passageiros não obtiveram informações imediatas concretas sobre os motivos pela falta de lugares. Os poucos informes repassados eram de que problemas meteorológicos em Manaus impediram o pouso do avião, algo que foi confirmado, posteriormente, pela TAM. Por este motivo, a aeronave veio diretamente a Boa Vista com os passageiros que deveriam ter ficado na capital amazonense, fator que impossibilitou o embarque de todos que esperavam em Boa Vista.

Indignada com a situação, Cláudia Braz, 36, empresária, aguardava explicações junto com a família sobre os procedimentos que seriam realizados para garantir a ida dela e dos familiares a Brasília. A falta de informação e o descaso com os clientes pela empresa era uma das principais queixas da empresária.

“A prioridade era embarcar quem está aqui. Aqueles que vieram de Manaus deveriam ficar e aguardar outro voo, não o contrário”, afirma ela. Conforme o advogado André Galdino, que foi chamado pelos passageiros e se encarregará de ação judicial a ser movida pelos passageiros. Houve uma má prestação de serviço por conta do desrespeito ao usuário, além da empresa ter deixado de prestar informações.

“Não pode sequer ser alegado motivo de força maior, porque tal fato (a impossibilidade de embarque) já era sabido pela empresa muito antes de ser realizado o check-in em Boa Vista, por isso a empresa poderia ter informado aos passageiros”, afirma Galdino em relação à falta de aviso sobre o acontecimento aos clientes.

Além de entrar com ação judicial, Cláudia tentou embarcar no voo da Gol às 00h30 de sábado, e os demais que aguardavam registraram ocorrência junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

“Eles não estão sequer avisando que quem não mora em Boa Vista tem direito a hotel e táxi”, reclamava Cláudia.

A autônoma Cleoneide Menezes, 31, era uma das que aguardavam o retorno ao Estado de origem. Ela mora em Belém-PA, e estava desde o dia 21 em Roraima solucionando problemas judiciais.

“Estou em hotel e ainda não tenho informações sobre como vai ficar a minha situação. Eles vão ter que arcar com as minhas despesas. É um total desrespeito”, dizia ela, que, segundo apuração da Folha, teve hotel e alimentação pagos pela empresa.

CARTEIRADA – Outro fato que deixou quem aguardava embarque indignado foi uma suposta carteirada de um possível agente da Polícia Federal. Segundo Alexandre Morris, 35, advogado, após funcionários da TAM informarem na hora do embarque que não haveria mais vagas, um policial federal se identificou e conseguiu viajar. “Pelo menos uma vaga a mais tinha, pois um agente federal entrou, basta saber se ele estava em missão, porque se não estava não poderia fazer isto”, explica ele, que há cerca de três semanas estava com passagem comprada para Brasília, onde ia resolver negócios e visitar familiares.

TAM – A assessoria de comunicação da TAM Linhas Aéreas informou, por telefone, que a minoria que não embarcou no voo 3541 seria embarcada no voos da Gol, às 00h5 de sábado, ou da TAM, às 14h15 de ontem. Disse também que a empresa arcaria com hospedagem e alimentação daqueles que não residem na Capital.

Quanto àqueles que conseguiram viajar no voo 3541, a assessoria esclarece que pessoas com compromissos inadiáveis, com problemas de saúde e crianças foram as prioridades consideradas para definir quem embarcaria.

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