Com dívidas de R$370 milhões, empresa quer recuperação judicial
A VarigLog, uma das principais empresas de carga aérea do país, entrou ontem com pedido de recuperação judicial na 1ª Vara de Falências do Tribunal de Justiça de São Paulo. Na ação, a companhia - envolvida em disputas societárias - alega dívidas de R$370 milhões com diferentes fornecedores. A empresa analisa o pedido desde janeiro deste ano. A companhia alega que a crise global e a retração do mercado dificultaram a obtenção de crédito. Ontem, a VarigLog enviou comunicado a funcionários e franqueados dizendo que a briga judicial entre os sócios resultou em "depósitos embargados", comprometendo, assim, a operação.
No mesmo comunicado, a empresa afirma que, a partir de fevereiro, "as receitas dos principais contratos passaram a ser penhoradas, tornando insustentável a manutenção das operações".
Segundo advogados que acompanham o caso, em apenas dois meses a empresa teve quatro administradores. Se a recuperação judicial for concedida, os processos contra a empresa ficam suspensos. A VarigLog mantém ainda operações a partir de Guarulhos e Viracopos para algumas cidades do Brasil, Buenos Aires e Santiago do Chile.
Em 2005, a VarigLog foi vendida à Volo do Brasil, empresa em que tinha como sócios três brasileiros e o fundo americano Matlin Patterson. Em 2007, os sócios brasileiros e o fundo iniciaram disputas na Justiça envolvendo cobranças de dinheiro. No ano passado, o Matlin conseguiu tirar os brasileiros da sociedade. Como a lei não permite que um estrangeiro controle uma companhia aérea, a situação societária da empresa ficou em aberto. A VarigLog conseguiu liminares para operar mesmo tendo um controlador estrangeiro, mas teve dificuldades para conseguir crédito com bancos, por exemplo.