Para 2009, serão 270 aviões. Sobre demissões, presidente diz que "futuro a Deus pertence"
Vinicius Segalla
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS. A crise financeira internacional fez a Embraer reduzir de 315 para 270 aviões a programação de entregas de aeronaves para 2009. A medida, que foi anunciada em meados de novembro, levou a empresa a cortar encomendas junto a seus fornecedores, que em alguns casos já anunciaram demissões. O presidente da Embraer, Frederico Fleuri Curado, admitiu ontem que a escassez de crédito pode levar os clientes da empresa a terem menos condições de adquirir novas aeronaves. Curado negou informações veiculadas ontem na imprensa de que a empresa estaria preparando uma lista de quatro mil demissões para se ajustar ao novo patamar de demanda. Mas não descartou totalmente a possibilidade de cortes.
- É verdade que nós estamos numa situação de crise, o mundo está em crise, nossa indústria está em crise. Estamos acompanhando isso, e nossa empresa faz o maior esforço para manter a integridade dos empregos. Mas o futuro a Deus pertence - disse Curado. - Não há notícia de demissões, mas precisamos manter uma visão de franqueza e realidade de que ela (a crise) vai nos afetar de alguma maneira.
Empresas fornecedoras já fazem corte de pessoal
O secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Luis Carlos Prates, disse ontem que, em reunião com a direção da Embraer, na terça-feira, a empresa foi evasiva em relação ao risco de demissões:
- Eles (a diretoria) nos disseram que havia necessidade de reestruturar custos em virtude da queda da demanda. Então, pedimos que eles assinassem um documento garantindo a manutenção dos empregos. Eles se recusaram prontamente.
Alguns fornecedores da Embraer, entretanto, já iniciaram os "ajustes". Na semana passada, a Graúna Aerospace, fornecedora de peças de precisão, demitiu 46 funcionários, quase 10% de seus 500 empregados.
Na Avionics Services, que fornece 64 itens eletroeletrônicos, a queda dos pedidos da Embraer chega a 40%. Antônio José Rodrigues dos Santos, sócio-proprietário da Avionics, disse que, pelos seus cálculos, o estoque de algumas peças suas que a Embraer mantém seria suficiente até fevereiro.
- Achamos estranho quando não chegou nenhum pedido no começo deste mês. Ligamos e nos disseram que houve uma redução nas encomendas de aeronaves, e que, diante disso, o estoque seria suficiente até o meio do ano - contou.
Na Mirage, que produz peças para trem de pouso e asa de aeronaves, a queda nos pedidos da Embraer foi de 10% a 15%. Segundo o gerente comercial e de Engenharia da empresa, José Cristaldo, a redução teria sido maior se não tivesse havido um trabalho comercial intenso por parte da Mirage, que obtém da Embraer 40% do seu faturamento.
- A Embraer teve uma queda grande nos pedidos de aeronaves tipo E-Jet. Quem fornece só para esses modelos está entregando até 40% menos. Nós, percebendo esse movimento, trabalhamos para passar a fornecer para outros modelos, e conseguimos - explica ele, que agora entrega peças também para os modelos Phenon, a nova família de jatos executivos da Embraer.
Cade a midia lambe @#$ do Lula LeLE?
Não é somente a industria aeronautica uqe esta em crise. Aqui no Vale do Sinos e demais regioes industriais Janeiro de 2009 promete muitas demissões..
Joel Segalla Robinson