Durval Guimarães

Belo Horizonte - O governador Aécio Neves liderou ontem uma verdadeira inconfidência mineira contra o pedido encaminhado à Agência Nacional de Aviação Civil pela empresa Azul Linhas Aéreas Brasileiras, que deseja pousar seus aviões em Belo Horizonte no aeroporto da Pampulha a partir de janeiro do próximo ano, quando iniciar suas atividades comerciais. Como acontece em toda insurreição a presidente da Anac, Solange Paiva Vieira, que tem o poder de aprovar a solicitação, foi surpreendida com a manifestação do governador, que deseja ver aquele aeroporto sendo destinado apenas a vôos para o interior do estado. Em seguida, todas as entidades empresariais do estado, liderados pela Federação da Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), apresentaram-lhe um documento com reivindicação idêntico à do governador.

A presidente da Anac veio a Minas para assinar um protocolo de intenções com o propósito de criar um pólo de formação pilotos, controladores e vôos e outros profissionais que trabalham na aviação civil. Em seu discurso de apenas 20 frases, ela disse que o convênio tem o objetivo de melhor a qualidade da formação e capacitação dos recursos humanos para a aviação civil. Informou ainda que a Agência oferecerá bolsas de estudos de até 60% do valor curso de formação de pilotos comerciais, que hoje está em torno de R$20 mil.

Solange Vieira se deparou, porém com o salão principal do Palácio da Liberdade repleto de dirigentes empresariais mineiros, além de quase todo o primeiro escalão do governo mineiro, que se mostravam inconformado com a notícia que a Agência iria restabelecer os vôos nacionais no aeroporto da Pampulha. A iniciativa poderá esvaziar o programa do governo estadual de transformar Confins em aeroporto internacional e, mais que isso, num aeroporto industrial, com operação de empresas de alta tecnologia em seu entorno.

Em seu discurso, Aécio Neves informou que, três anos atrás, o aeroporto de Confins, oficialmente batizado como nome do seu avô Tancredo Neves, se encontrava praticamente às moscas. O governo mineiro investiu recursos na construção de uma via expressa com o objetivo de facilitar a sua revitalização. Além disso está criando um distrito industrial na sua vizinhança para receber empresas de alta tecnologia que utilizam o avião para o transporte de seus produtos. Em menos de 24 meses, Confins alcançou o movimento de cinco milhões de passageiros por ano e se tornou um dos seis maiores do País.

A Azul teria imposto a condição de operar na Pampulha para adquirir as aeronaves da Embraer, segundo informações de bastidores. Adalberto Febeliano, diretor de Relações Institucionais da Azul, confirmou a existência do pedido para utilizar a Pampulha. "Se formos para o aeroporto de Confins seremos esmagados pela concorrência". Diante da solicitação da Azul, Gol, Tam e Trip - apresentaram pedidos à Anac solicitando nove vôos diários na Pampulha.

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