Cristiana Nepomuceno – enviada a São Paulo

Brasília (15/08/2008) - Na abertura da LABACE – Feira Latino Americana de Aviação Geral, em São Paulo, nesta quarta-feira, 14, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, destacou a importância da integração do setor privado com os órgãos públicos nas discussões sobre os rumos e ajustes para aviação civil do país.

Segundo ele, foi com esse objetivo, de estimular um diálogo “transparente” e provocar um “dissenso” produtivo que ele convocou três grandes reuniões com as companhias de aviação e entidades representativas do setor entre os meses de julho e agosto.

“Se o setor privado, que opera no sistema, não provoca o Estado, o Estado fica paralisado. Essas reuniões foram exatamente para fazer a integração de linguagem e provocar o dissenso. Esse dissenso é que assegurará o desenvolvimento e o crescimento do setor. Estamos discutindo uma reformulação do modelo de aviação civil no país precisamos trazer o capital privado para esse debate”, defendeu Jobim.

O ministro da Defesa lembrou que hoje os órgãos responsáveis pelo setor de aviação – Agência Nacional de Aviação Civil, Infraero, Departamento de Controle do Tráfego Aéreo e Secretaria de Aviação Civil (SAC) – trabalham de forma integrada, o que não ocorria no passado, mas o governo ainda enfrenta dificuldades no que diz respeito à infra-estrutura aeroportuária.

“Precisamos repensar toda essa estruturação de forma que o Estado brasileiro, na parte que lhe compete, possa oferecer uma infra-estrutura compatível com a demanda. O Estado precisa estabelecer sempre a compatibilidade entre a demanda e a capacidade do sistema de aviação. Se a demanda ultrapassa a capacidade, nós caminhamos para a insegurança do sistema”, explicou Jobim.

Na avaliação do ministro, apesar das dificuldades de infra-estrutura que ainda persistem, o setor de aviação civil caminha para um patamar novo. Segundo ele, o país precisa ampliar o mercado de aviação, de forma a atender a crescente demanda, mas precisa garantir também a competitividade no setor. Ele alertou que no mercado regional, por exemplo, há pouca competição e poucas empresas dispostas a cobrir importantes áreas do país, como a região Amazônica e o Centro-Oeste, carentes de serviços de aviação.

“Sabemos que se a competitividade serve para o mercado nacional, tem dificuldades para o mercado regional. Teremos que ter uma política para a aviação regional absolutamente distinta daquela para aviação nacional comercial”, destacou Jobim.

Depois de abrir oficialmente a feira, o ministro percorreu a exposição de aviões e helicópteros e os estandes da feira. Este ano, a exposição da LABACE conta com 49 aeronaves, entre jatos intercontinentais, monomotores e helicópteros, e deve superar a marca de 6 mil visitantes. Ao final de 2007, existiam no Brasil 10,562 mil aeronaves registradas na aviação geral.

Post a Comment

header ads
header ads
header ads