Da Redação*
Em São Paulo

Um avião MD-82 da companhia aérea Spanair, com 175 passageiros a bordo, saiu da pista no Terminal 4 do aeroporto de Barajas, em Madri (Espanha), nesta quarta-feira (20). A aeronave havia feito um pouso de emergência logo após a decolagem e chegou a voar novamente alguns metros quando ocorreu o acidente. O governo de Madri confirma ao menos 100 pessoas mortas e 27 pessoas retiradas com vida do avião.

Havia 164 passageiros adultos a bordo da aeronave, duas crianças e mais nove tripulantes. Os feridos estão sendo levados a distintos hospitais de Madri e ao menos onze pessoas deram entrada no hospital de La Paz, que conta com uma unidade para queimados. Outros sete foram para o hospital Ramon e Cajal, 3 para o hospital 12 De Outubro, 2 para o La Princesa, 2 para o Arganda, 1 para o Infanta Safía e mais um para o Ninõ Jesús. Os hospitais madrilenhos estão dando alta a alguns pacientes para conseguir espaço para atender às vítimas do acidente.

O vôo JK 5022 (compartilhado com a companhia alemã Lufthansa) teria saído com uma hora de atraso, possivelmente por problemas técnicos. Em nota, a Spanair diz que "lamenta confirmar que o vôo JK 5022 de Madri para Las Palmas de Gran Canarias se envolveu em um acidente em Madri às 14h45 (horário local) de hoje" e que "está fazendo o possível para assistir as autoridades espanholas nesse momento difícil. A Spanair fornecerá mais informações assim que possível".

Segundo a "Agência Efe", as caixas-pretas do avião foram recuperadas e serão o principal elemento da investigação sobre o acidente mais grave já ocorrido na Espanha desde 1985. Um juiz de Madri comandará de maneira imediata a investigação do acidente e ordenará um relatório sobre o conteúdo das caixas-pretas da aeronave acidentada. Fontes jurídicas informaram à agência que o magistrado foi ao aeroporto, à frente de uma comissão judicial, para averiguar de perto informações sobre o número de vítimas.

Os corpos de mais de 100 vítimas foram transferidos a um local próximo ao aeroporto, onde especialistas da Polícia e legistas dão seguimento aos trabalhos de identificação.

Um funcionário do AENA (Aeroportos Espanhóis e Navegação Aérea) contou ao "El País" que o avião estava todo partido e "cheio de corpo". Segundo outras testemunhas, o motor esquerdo da aeronave pegou fogo logo após o deslize da pista e uma conseqüente colisão no final da pista do Terminal 4. De acordo com o jornal espanhol, 11 caminhões de bombeiros trabalharam para conter o fogo, que já foi extinto.

Ao todo, 230 pessoas da equipe de resgate, 170 policiais municipais, 70 bombeiros e cerca de 45 ambulâncias estão no local, além de quatro hospitais de campanha, informa o "El País".

O incêndio no local gerou uma grande coluna de fumaça. O aeroporto ficou fechado para pousos e decolagens, mas já foi reaberto.

Os familiares dos passageiros já começam a chegar ao aeroporto, onde uma sala foi montada para oferecer ajuda psicológica. A Spanair fretou um vôo a partir de Gran Canaria para os familiares das víctimas.

Nos últimos dez anos, 42 pessoas morreram em acidentes aéreos no país. O último acidente de grande proporções aconteceu em Bilbao em 19 de fevereiro de 1985, quando morreram 148 pessoas. O pior de todos aconteceu em 27 de março de 1977 no aeroporto de Los Rodeos, em Tenerife, onde o choque de aeronaves matou 585 pessoas.

* Com informações de "El País", "El Mundo" e das agências internacionais.

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