Por causa da falta de aviões para a recém reestatizada Aerolíneas Argentinas e sua subsidiária Austral, o secretário de Transportes da Argentina, Ricardo Jaime, anunciou que viajará ao Brasil nos próximos dias para analisar a compra de aviões da Embraer. Os aparelhos seriam utilizados em vôos domésticos.

A idéia, porém, já recebe críticas da oposição ao governo de Cristina Kirchner, já que o anúncio de Jaime foi feito antes mesmo do processo de reestatização estar completo - o processo só deve ser concluído no final de setembro.

A Aerolíneas pertencia ao grupo espanhol Marsans. Os opositores consideram que o plano do governo vai na contramão da tendência mundial de alugar aviões. Além disso, a compra de aviões novos implicaria em mais gastos para uma empresa que antes de ser reestatizada já possuía uma dívida de US$ 890 milhões.

De quebra, a oposição sustenta que a entrega de um avião comprado leva um tempo muito longo, enquanto a necessidade de aparelhos para a Aerolíneas é urgente. O jornal argentino Ámbito Financiero sustenta que a idéia da compra de aviões da Embraer seria um dos assuntos a serem discutidos no encontro que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá com a presidente Cristina Kirchner em Buenos Aires. O presidente Lula desembarca na capital argentina no domingo.

Atrasos

A Aerolíneas e a Austral, protagonistas de significativas dores de cabeça para os turistas brasileiros que passaram pela Argentina nos últimos dias, estão na rabeira do ranking das companhias aéreas do mundo em matéria de pontualidade nos aeroportos do país. Em uma lista de 90 companhias, a Aerolíneas e a Austral aparecem nos postos número 81 e 82.

O levantamento foi elaborado pela Associação Argentina de Direito do Turismo (Aadetur), que indicou que o relatório contempla o desempenho das companhias no primeiro semestre. Segundo a Aadetur, nesse período, somente 55% dos vôos da Aerolíneas partiram na hora. Dos vôos da Austral, apenas 53% saíram pontualmente.

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