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Passagens aéreas subiram 61,24% nos últimos 12 meses

Especialistas dizem que as empresas estão aproveitando o forte movimento para recuperar perdas da crise aérea



Alessandra Saraiva e Alberto Komatsu


RIO – A inflação nos preços das passagens aéreas no varejo alcançou, em junho, 61,24% no índice acumulado em 12 meses. É o maior patamar em 11 anos, apurou a Fundação Getúlio Vargas, em levantamento feito a pedido do Estado. A pesquisa tomou por base dados do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) do mês passado, de 13,44% na mesma base de comparação. TAM, Gol e Varig admitem que os preços podem subir mais se o preço do barril de petróleo não ceder.


Para o economista responsável pelo levantamento, André Braz, as companhias aproveitaram o bom momento de demanda interna para reajustar passagens e recuperar a margem de lucro perdida com a da crise no setor. "Na verdade, temos o fator sazonal, já que os aumentos são realizados nessa época do ano, e a demanda interna intensa", afirmou Braz. "A elevação nos preços das passagens em 12 meses até dezembro do ano passado era de 4%. Agora em junho está acima de 60%."


O vice-presidente de planejamento e alianças, Paulo Castello Branco, porém, não concorda que as passagens estão em alta. "Os preços apresentam reduções constantes nos últimos anos. Quando analisamos nossos yields (tarifas pagas pelos passageiros) domésticos históricos, verificamos reduções de 11% (2005 ante 2004), 7% (2006 ante 2005) e 19% (2007 ante 2006)", diz.


Para o consultor aeronáutico Paulo Bittencourt Sampaio, a escalada dos preços pode ser explicada, em parte, pela falta de competição no mercado doméstico. De um lado a TAM, com 49,28% dos vôos em maio, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Do outro, Gol e Varig, com 45,24%. "Não é aumento no preço. Está havendo redução nos descontos por falta de competição", avalia.


O especialista em aviação da consultoria Bain & Company, André Castellini, lembra que o setor aéreo foi dimensionado para trabalhar com o barril do petróleo a US$ 70, e não a US$ 140, patamar atual. "Se o petróleo mantiver tendência de alta, as tarifas vão subir e as malhas aéreas diminuir, assim como a frota das companhias", prevê.


O vice-presidente técnico da Gol, comandante Fernando Rockert de Magalhães, conta que a companhia tem feito pequenas ações para economizar com o QAV, cujo preço do litro no mercado spot está em torno de R$ 4. e já responde por 40% dos custos da Gol.


A empresa reduziu a velocidade dos aviões e abastece com mais freqüência no Rio e em Minas Gerais, onde há incidência menor de ICMS. As ações levam a uma redução de 0,4% nos custos com combustível, que este ano acumula alta de 35,3%.

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