Acidente com o boeing 737 aconteceu em setembro de 2006, matando 154 passageiros, sendo 48 provenientes do Amazonas
Júlio Pedrosa
Da equipe de A CRÍTICA
Os parentes de vítimas do acidente com o avião da Gol, ocorrido em 29 de setembro de 2006, sofreram a primeira derrota na Corte norte-americana. Em sentença proferida no último dia 2 de julho, o juiz Brian M. Cogan considerou que a Justiça dos Estados Unidos é fórum não conveniente para as ações do caso Gol. Os familiares moviam ações nos EUA contra os fabricantes da peça do avião e a Legacy - empresa norte-amerciana proprietária do jato que se chocou com o boeing 737, da Gol.
“Com essa decisão, a Corte norte-americana se julga impossibilitada para julgar as dezenas de ações movidas pelas famílias que preferiram primeiro acionar a Justiça no Estados Unidos, acreditando em resultados mais rápidos”, afirmou o presidente da Associação da Região Norte dos Parentes e Amigos das Vítimas de Acidentes Aéreos, Camilo Moisés Barros. Ele recebeu ontem o comunicado da sentença, repassado pelos advogados que representam as famílias nos Estados Unidos.
Segundo os advogados, a decisão da Corte americana tomou por base o fato de que o acidente ocorreu por fatores ligados à questão do controle aéreo feito no Brasil pelo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (Cindacta), e não por falha no equipamento anticolisão do Boeing. Na sentença, o juiz informa também que os dois pilotos do Legacy assinaram acordo com a Justiça americana, aceitando qualquer decisão da Justiça Brasileira.
Novas ações
Mesmo passível de apelação, os advogados entendem que a estratégia a ser adotada agora é a de recorrer à Justiça brasileira para a abertura de novos processos contra a Gol e os pilotos. “Caberá agora às famílias acionar seus advogados para que movam ações na Justiça do Brasil”, afirmou Camilo.
O vôo 1907, da Gol Linhas Aéreas, saiu de Manaus com destino ao Rio de Janeiro por volta das 14h. A estimativa é de que, aproximadamente, duas horas depois tenha ocorrido o choque com o Legacy no ar. Os aviões seguiam em rotas paralelas. O avião da Gol desapareceu dos radares às 16h48, quando cumpria a etapa Manaus-Brasília da viagem até o Rio de Janeiro.
Havia no avião 154 passageiros. Desses, 48 eram provenientes do Amazonas. Os destroços da aeronave foram encontrados no dia seguinte numa area densa da floresta amazônica, na Serra do Caximbo, a 200 quilômetros do Município de Peixoto de Azevedo, ao Norte do Mato Grosso.