A Agência Nacional de Aviação (Anac) precisa ficar atenta ao que andam fazendo as companhias aéreas, vendendo passagens a rodo em promoções por até R$ 1, mas sem condições de atender os clientes de forma satisfatória. Sim, porque até onde entendo, os descontos e promoções não devem (ou não deveriam) prejudicar o serviço de atendimento das empresas.
Prova do péssimo serviço prestado pelas áreas ocorreu ontem, em Fortaleza. Numa fila de mais de 50 passageiros, os atendentes da Gol foram incapazes de informar aos clientes o motivo de tanta demora no atendimento. Assim, enquanto esperou-se mais de uma hora e meia para fazer o check in, dentro do vôo 1671, passageiros que saíram de madrugada de Belém tiveram que aguardar o mesmo período até o embarque dos passageiros da escala Fortaleza.
Eu, particularmente, paguei R$ 8 para fazer o trecho Fortaleza/Brasília. Mas isso não dá direito à companhia de me fazer esperar uma hora numa fila, sem qualquer informação, e perder compromissos assumidos por conta de um atraso de uma hora e meia no vôo. Foi um verdadeiro apagão. Imagine a raiva que passaram aqueles que pagaram mais pela passagem: R$ 200, R$ 300 e até R$ 800.
Realmente, às vezes, episódios como esses fazem a gente sentir saudades do tempo em que se viajava com a roupa de domingo; o lanche servido ia bem além do pão com queijo e presunto e das barras de cereal; e o tratamento que se recebia a bordo era de dar inveja a reis e rainhas. As passagens eram caras, mas o serviço estava entre os melhores oferecidos.
Infelizmente, mais uma vez, o consumidor não tem muita opção. A maioria, e com razão, prefere enfrentar essa bagunça toda a pegar a estrada e rodar por quilômetros de rodovias esburacadas e mal conservadas.
Não existe a concorrência dos trens de alta velocidade. E os números comprovam isso. No mercado doméstico a TAM, de janeiro até abril e em comparação com os dados de 2007, transportou 10,4% a mais. A Gol cresceu 6,5% no número de passageiros transportados. Já a Varig cresceu 20,2% no mesmo quesito. A OceanAir teve aumento de 132,5% no número de passageiros transportados.