Autor: Tradução Helibras

Quando a aviação dava seus primeiros passos, tirava sua energia dos recordes batidos continuamente graças à rápida evolução das técnicas.

Bater um recorde demonstrava não somente que era possível ir mais rápido, mais alto e mais longe, mas principalmente que se tinha o domínio da tecnologia que permitia obter tal resultado. O helicóptero não foi exceção à regra e, assim que as primeiras noções de vôo vertical foram dominadas, a corrida para novos recordes foi iniciada.

O helicóptero SE3120 Alouette 1, ancestral de uma ilustre família, obteve, em julho de 1953, um recorde de autonomia: 1.252 km percorridos sem reabastecimento. Este primeiro resultado marca um retorno dos europeus à corrida do vôo vertical, retorno este que foi favorecido pelo surgimento dos helicópteros à turbina. A SNCASE, que mais tarde se tornaria a divisão de helicópteros da Aerospatiale e, depois, a Eurocopter, colecionou recordes com suas sucessivas gerações de helicópteros. A idéia nunca foi obter recordes pessoais, mas comprovar a qualidade do equipamento. Muitos recordes foram obtidos, muitos também foram perdidos ou ultrapassados, esquecidos ou ficaram obsoletos pela evolução das técnicas. Mais de trinta anos após terem sido homologados, alguns ainda são válidos e podem ser creditados à Eurocopter:

No início dos anos 70, o Gazelle demonstrou que o rotor traseiro carenado poderia ser interessante para diminuir o arrasto e atingir altas velocidades em uma aeronave leve. Desde 1971, o Gazelle detém o recorde de velocidade para helicópteros de 1000 a 1.750 kg em um trajeto de 3 km em linha reta a uma velocidade média de 307 km/h e o recorde de 100 km em circuito fechado a uma velocidade média de 296 km/h.

No ano seguinte, foi o Lama que obteve o recorde de maior altitude atingida por um helicóptero: 12.442 metros. Nos comandos, estava Jean Boulet, cujo nome permanece intrinsecamente ligado à história do helicóptero. Dos 17 recordes mundiais alcançados por Jean Boulet durante sua carreira, o obtido a 12.442 m continua imbatível até hoje.

Imbatível também continua o recorde obtido em 1980 por um Dauphin N que foi de Paris a Londres com passageiros a uma velocidade de 321 km/h. Oito anos depois, o Dauphin Grande Vitesse (DGV) (Dauphin Grande Velocidade) obteve, por sua vez, um recorde de velocidade em todas as categorias de helicóptero com 372 km/h em linha reta. Equipado com carenagens especiais, a aeronave se beneficiou de pesquisas aerodinâmicas avançadas. Ao prazer da obtenção de um recorde complementar acrescenta-se, portanto, o interesse industrial de melhor compreender o funcionamento do helicóptero de alta velocidade e melhorar os conhecimentos técnicos em matéria de modelagem aerodinâmica e redução do arrasto.

Os últimos recordes ainda vigentes foram obtidos pelo Esquilo B3 pilotado por Didier Delsalle. Recorde de subida até 3.000, 6.000 e 9.000 m para, finalmente, chegar no topo, tanto no sentido real quanto figurado, com pouso e decolagem do pico do Monte Everest. Esta façanha que nunca poderá, por definição, ser superada, marca finalmente um apogeu. Pousando no topo do mundo com uma aeronave de série, a Eurocopter fecha um capítulo: ficou estabelecido que o helicóptero convencional, em sua forma atual, atingiu mais ou menos o seu apogeu em todos os campos: velocidade, altitude, autonomia e capacidade de transporte de carga.

Ao mesmo tempo em que nos mostra sua grande maturidade, a tecnologia também demonstra seus limites, uma revolução radical de performance é hoje altamente improvável. Exceto, claro, se olharmos os volumes de vendas, que batem recorde após recorde nestes últimos anos e traduzem assim a maturidade e excelência dos produtos da Eurocopter!

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