Jobim, que cobra a saída do presidente da Anac, não quis comentar


Geralda Doca

BRASÍLIA. Representantes de empresas de aviação civil, sindicatos de trabalhadores e entidades do setor aéreo divulgaram ontem um abaixo-assinado pedindo a permanência de Milton Zuanazzi na presidência da Anac. O documento, assinado por 17 entidades, seria protocolado na Presidência da República. Empresários e sindicalistas destacam a dedicação de Zuanazzi e alegam que ele está sendo criticado injustamente pela imprensa.

"Digníssimo Luiz Inácio Lula da Silva, nós, membros do Conselho Consultivo da Anac, requeremos a Vossa Excelência a manutenção do Dr. Milton Zuanazzi como presidente desta agência, por sua competência, dedicação e respeito com a aviação brasileira. Nós, senhor presidente, que fazemos e conhecemos a aviação civil brasileira, hipotecamos total e irrestrito apoio pela permanência deste extraordinário brasileiro, que tem sido massacrado injustamente pela mídia", diz o texto. Um dos maiores críticos de Zuanazzi, porém, é o próprio ministro da Defesa, Nelson Jobim.

Entre as entidades que assinam o documento estão o Sindicato Nacional dos Aeroviários, a Federação Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil, ligada à CUT, sindicatos de empresas de táxi aéreo, de pilotos e associações de ultraleves, pára-quedismo e aviação agrícola. O Sindicato das Empresas Aéreas (Snea), que representa as grandes empresas, não está na lista, mas seu representante, Anchieta Hélcias, defendeu a diretoria da Anac. Segundo ele, a crise do setor não é culpa da Anac, mas resultado da falta de investimentos do governo.

- Foi uma crise anunciada desde 2003. É injustiça atribuir a crise à atuação da Anac . A permanência de Zuanazzi, no entanto, é uma decisão do presidente da República - disse Hélcias.

Fontes próximas a Zuanazzi reafirmam que ele não está decidido a entregar o cargo. O ministro Nelson Jobim, que defende a saída de Zuanazzi, não quis comentar o abaixo-assinado.

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